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Esperança: "Mosquitas" incapazes de voar

São Paulo - Entre os mosquitos, as fêmeas costumam ser as vilãs, já que são elas que sugam sangue e transmitem doenças. Nada mais natural, portanto, que uma nova estratégia contra os insetos se dirija a elas: alterações genéticas que tornam os membros do sexo feminino incapazes de voar.

Em laboratório, a ideia está dando certo no caso do Aedes aegypti, mal-afamado transmissor do vírus da dengue, e também há planos de aplicá-la ao Culex quinquefasciatus, o pernilongo comum, que, além de sugar sangue, também pode carregar o causador da elefantíase. As modificações no DNA inviabilizam apenas o voo das fêmeas. Os machos que as carregam são capazes de voar normalmente, o que ajudaria a espalhar a característica por cruzamento com os mosquitos normais.

A pesquisa foi feita por uma equipe internacional que inclui o biólogo brasileiro Osvaldo Marinotti, ex-professor da USP e hoje na Universidade da Califórnia em Irvine (EUA).

Folhapress

Foz do Iguaçu e Medianeira, ambas no Oeste do estado, já contabilizam 132 casos de dengue este ano. Em 2009, ambas somaram 67 confirmações da doença. Além da preocupação com a quantidade – quase o dobro de todo o ano passado –, o avanço da doença pode ter reflexos na gravidade dos casos, pelo risco de um surto de dengue hemorrágica. A proximidade com o Paraguai e a Argentina, países com mais de 250 casos cada um, também preocupa as autoridades sanitárias. Até o dia 2 de fevereiro, havia 150 registros da doença em todo o Paraná.

Para evitar que os números aumentem ainda mais e se alastrem por outros municípios da fronteira, a 9.ª Regional de Saúde agendou para hoje reuniões com representantes da Secretaria de Saúde de Media­­neira e do Comitê Trinacional de Combate à Dengue. "Para um município com cerca de 40 mil habitantes, o registro de 51 casos é bastante grave. As 81 con­­firmações em Foz do Igua­­çu, com seus quase 320 mil moradores e a grande circulação de pessoas, também merecem atenção", observa a diretora Anice Nagib Gazzaoui.

O clima quente e chuvoso – condições propícias para que a larva do mosquito transmissor se desenvolva com mais rapidez – seria uma das principais explicações para o aumento dos casos. "Mas fatores climáticos não agem sozinhos. Infelizmente, enquanto a população não se conscientizar da importância que tem no combate à dengue, eliminando possíveis criadouros, a situação pode ficar ainda pior."

Outra justificativa estaria na própria evolução da doença. Es­­te ano, estão em circulação no Paraná três variedades do vírus da dengue, fato que não era re­­gis­­trado no estado desde 2002. "Quando uma pessoa contrai a dengue, ela estará imune àquele tipo. Ou seja, se for picada por um mosquito infectado com a mesma variação, não desenvolverá a doença. E isso acaba mascarando a realidade."

Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) no início do mês, pelo menos 29 municípios correm o risco de sofrer uma epidemia. O alerta é baseado no Índice de Infestação Predial (IIP) apresentado por 78 cidades paranaenses com histórico de infestação. Desses, 41 municípios somam IIP entre 1% e 3,99%, acima do considerado tolerável pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

No Brasil

O Mato Grosso do Sul registrou 700 casos suspeitos de dengue de sábado passado até ontem. Já no Rio Grande do Sul, após quase três anos sem registrar casos, 11 pessoas contraíram a doença em Ijuí (402 km de Porto Alegre), de acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde. As autoridades do estado já tratam o caso como epidemia porque a cidade tem apenas 80 mil habitantes.

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