
Os representantes das 26 instituições que compõem o Comitê Municipal de Controle e Prevenção da Influenza A de Curitiba foram unânimes: não há mais motivo para adiar a volta às aulas na cidade. Por isso, a partir de segunda-feira, todos os alunos da rede municipal voltam normalmente às atividades. O mesmo vale para os alunos da rede estadual de ensino, que já havia decidido na semana passada que a volta ocorreria no dia 17. As escolas particulares, igualmente, decidiram retornar na próxima semana.
As férias de inverno haviam sido prolongadas por duas vezes em razão da chegada ao Paraná da gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína. "Os dados epidemiológicos apontam para uma estabilização da pandemia em Curitiba", afirmou ontem o secretário da Saúde de Curitiba, Luciano Ducci, que também é presidente do comitê municipal de prevenção à doença. "Houve uma redução no número de consultas e internamentos. Também foi considerada a estrutura dos serviços de saúde e a maior disponibilidade do medicamento para tratar a nova gripe", disse o secretário.
Os cursos pré-vestibulares e universidades particulares também decidiram pelo retorno, de acordo com recomendação do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe-PR). Já o município de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, optou pela manutenção da suspensão nas escolas até o dia 21.
A decisão contraria o orientação do Ministério Público Federal (MPF) para que volta às aulas ocorra no dia 31 de agosto (leia mais ao lado). Os procuradores cogitam até mesmo acionar judicialmente as autoridades e as escolas que mantiverem a decisão de voltar às atividades normalmente.
Três das maiores universidades paranaenses decidiram continuar paradas: a Universidade Federal do Paraná e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná retornam dia 24. E a Universidade Estadual de Londrina, no dia 31.
Tranquilidade
O vice-presidente do Sinepe-PR, Jacir Venturi, diz que a entidade decidiu ontem por unanimidade pela volta às aulas da educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, cursos pré-vestibulares e universidades. "Cada escola tem autonomia para decidir se retorna ou não. Ouvimos as autoridades médicas e as escolas se sentem mais seguras em termos de prevenção e assepsia", diz.
Na opinião de Ducci, o período de suspensão das atividades foi importante para evitar a disseminação do vírus. A avaliação é partilhada pelo infectologista pediátrico Victor Horácio, do Hospital Pequeno Príncipe, levando em conta que o acesso ao Tamiflu ficou mais fácil nas últimas semanas.
Com a decisão das instituições de retornar no mesmo dia, Horácio diz que o mais importante é que os pais continuem atentos para o caso de os filhos apresentarem sintomas como febre, tosse e dor de garganta. Se isso ocorrer, ainda é preciso procurar imediatamente o médico antes de mandar o aluno para a escola.
Para a secretária municipal da Educação de Curitiba, Eleonora Fruet, o momento é de tranquilidade e segurança para as famílias. Mas não significa o fim dos cuidados. "Essa volta à escola não é indicativo de que é possível o retorno a todas as aglomerações", avisa.
Novo calendário
Quanto à reposição das aulas, Eleonora diz que uma avaliação está sendo feita. "Essa reposição só deve ocorrer em setembro, após uma estabilização da rotina escolar", diz. As opções, a princípio, são implantar aulas aos sábados, aumentar a carga diária ou atrasar o fim das aulas.
As Escolas Positivo divulgaram novo calendário, em que o fim do ano letivo foi adiado para 9 de dezembro, e os alunos terão aula em um sábado por mês até novembro. A primeira está marcada para 22 de agosto.




