• Carregando...

O número de implantes dentais no Brasil quase dobrou na última década e chega a 45 mil procedimentos anuais, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médi­­cos, Odonto­­lógicos, Hospi­­talares e de Labora­­tório (Abimo). Segundo o diretor clínico da Sociedade Brasileira de Implantodontia (SBI), Paulo Pondé Serra, esse crescimento pode ser visto no seu próprio consultório. "Antes eu fazia em média dez implantes por ano, hoje esse número chega a 400", diz.

Os motivos, segundo ele, são simples: o preço do implante caiu, o número de profissionais especializados aumentou e os materiais usados no procedimento evoluíram. A queda dos valores da cirurgia, para Serra, está relacionada à popularização das escolas de implantodontia, que prestam atendimento mais barato como parte do aprendizado dos alunos. O aumento de instituições de ensino também eleva o número de especialistas no mercado – que em dez anos foi de 452 para 5.104 – e a concorrência faz com que os valores caiam.

Apesar de haver muitos profissionais e preços acessíveis, é necessário cuidar com a qualidade. "O valor para cada dente é entre R$ 700 e R$ 1,5 mil, desse modo o paciente deve ficar atento a preços muitos baixos – que chegam até a R$ 300 – porque podem indicar falta de qualificação profissional", diz o dentista especialista em cirurgia buco-maxilo-facial do Centro de Excelência Médico e Odontológica Marcelo Souza.

Outro fator que reduz o custo é o avanço da indústria nacional de material para as cirurgias. Eles têm qualidade tão boa quanto a dos importados e um custo bem menor, o que ampliou o grupo de pacientes atendidos. "Se antes implantar dentes era exclusividade das classes A e B, hoje até a classe E tem acesso", comenta Serra.

Recuperação

O pós-operatório, que também era motivo de preocupação de quem se submetia ao implante, também mudou."Antes tínhamos apenas 25% de certeza de como seria o pós-operatório, se o paciente se adaptaria bem ou não. Hoje esse número saltou para 97%, com uma recuperação mais simples e rápida, o que também justifica o elevado aumento do número de implantes no país", diz Serra.

A professora de periodontia e ex-coordenadora da especialização em implantes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Rosângela Meger Paese explica que, além da rejeição ser pequena, cerca de 5%, o inchaço e a cicatrização são semelhantes a uma extração dentária normal e muito mais tranquilos que a retirada do siso, por exemplo.

Nos primeiros dois dias o paciente precisa manter uma dieta líquida e pastosa, de preferência gelada ou em temperatura am­biente, mas depois pode se alimentar normalmente, por toda vida, sem qualquer restrição. "Os cuidados são os mesmos que a pessoa tem com os dentes naturais, como escovação, uso de fio dental e antisséptico", explica Souza.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]