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Veja como estão distribuídos os casos de gripe A no Paraná |
Veja como estão distribuídos os casos de gripe A no Paraná| Foto:

Mais um laboratório autorizado

O secretário de Estado da Saúde, Gilberto Martin, assinou ontem convênio para que o Laboratório Álvaro, de Cascavel, realize os exames dos pacientes suspeitos de ter contraído a nova gripe. Também em Cascavel, Martin assinou uma resolução que recomenda atitudes preventivas para as gestantes. A resolução determina que os serviços de saúde transfiram tempora­riamente as funcionárias gestantes para outros setores. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação contra o Comitê de Crise Contra a Gripe A de Cascavel, que determinou a suspensão de algumas atividades na cidade. Na ação, o Ministério Público pede a suspensão dos efeitos do ato expedido pelo Comitê.

No trabalho

O Ministério Público do Trabalho no Paraná fez ontem uma série de recomendações sobre a gripe. Veja quais são:

Afastamento

Afastar de imediato trabalhadores com sintomas de gripe, sem prejuízo da remuneração;

Afastar de atividades com aglomeração de pessoas ou atendimento ao público, até 31 de agosto, gestantes e trabalhadores com baixa imunidade, ou dispensá-los do serviço, sem prejuízo da remuneração, caso utilizem transporte coletivo;

Higiene

Disponibilizar lavatórios com água corrente, sabão líquido e toalhas descartáveis, ou ainda álcool 70%, nos ambientes de trabalho;

Promover assepsia diária de equipamentos e mobiliários, e higienização constante onde haja maior contato com as mãos, utilizando álcool 70% ou similar;

Manter ambientes de trabalho arejados, preferencialmente com ventilação natural;

Campanhas

Promover campanhas internas de prevenção da gripe A.

A taxa de mortalidade causada pela gripe A (H1N1), conhecida como gripe suína, no Paraná chegou a níveis semelhantes aos registrados no Uruguai e na Argentina. Os dois lideram a lista de países onde a nova gripe mais causou mortes, considerada a proporção populacional. No entanto, especialistas dizem que a gripe começa a causar menos vítimas no estado.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), o número de mortes causadas pela gripe A chegou a 79, o que resulta numa taxa de mortalidade de 0,74 para cada grupo de 100 mil habitantes. Na Argentina, essa taxa é de 0,83, enquanto no Uruguai é de 0,65, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, no relatório do dia 12, o último disponível.

Em todo o Brasil, a taxa é de 0,09 por 100 mil habitantes. O índice registrado no Paraná também é o mais alto do Brasil. O Rio Grande do Sul apresentou taxa de 0,64. São Paulo e Rio de Janeiro registram 0,27 e 0,19, respectivamente.

O diretor-geral da Sesa, André Pegorer, evita comparar a situação da gripe A no Paraná com a de outros estados. Ele explica que cada localidade está em um momento diferente da pandemia. No Paraná, os números de casos e óbitos pela nova gripe estariam evoluindo de forma rápida porque os exames são processados no próprio estado. "O Paraná foi o primeiro estado a obter autorização do Ministério da Saúde para fazer no próprio estado o diagnóstico laboratorial", afirma. "Hoje o estado tem um retrato imediato da nossa situação."

Desde o fim de julho, o La­­boratório Central do Estado (Lacen) está analisando os exames da nova gripe, que levam dois dias para ficar prontos. Uma média de 250 exames é processada diariamente. Pegorer explica que, antes da certificação do Lacen, as amostras eram enviadas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Os resultados levavam cerca de 10 dias para chegar ao estado e cerca de 200 amostras do Paraná devem estar ainda na Fiocruz aguardando análise, segundo o diretor-geral.

Já os exames de Rio Grande do Sul e Santa Catarina, afirma Pe­gorer, continuam sendo enviados para a Fiocruz. Segundo ele, o Rio Grande do Sul deve começar agora a processar exames no próprio estado. "A realidade do Paraná é a realidade do dia. É natural que nossos números tenham evolução mais rápida", aponta.

Para o presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia, Alceu Fontana Pacheco Júnior, os números mostram a realidade da doença. "A Região Sul, com exceção de Santa Catarina, tem o clima muito parecido com o da Argentina e do Uruguai. Isso não ocorre no Nordeste. Ou a pandemia ainda não chegou lá, ou não vai ficar como foi para nós", diz. Pacheco Júnior ressalta que os óbitos já ocorreram, e que hoje Curitiba – cidade que concentra a maioria das mortes por gripe A no Paraná – vive outro momento epidemiológico. "Se analisarmos as mortes ao longo do tempo, poucas ocorreram nessa última semana. O número de atendimentos de casos de gripe, internações e encaminhamento para UTI [Unidade de Terapia Intensiva) diminuíram muito", diz.

De acordo com o infectologista Moacir Pires Ramos, membro do Comitê Municipal de Controle e Prevenção da Influenza A, houve uma redução de 40% de atendimentos por queixas de gripe no sistema de saúde de Curitiba, além de quedas nas internações. "A conscientização das pessoas, a suspensão das aulas para chegarmos mais perto do calor, o sistema de saúde mais estruturado e a flexibilização do Tamiflu reduziram a velocidade da disseminação do vírus", diz.

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