Biossegurança
A segurança contra contaminações dentro do consultório odontológico também foi destaque no congresso. Entre os lançamentos estão o B-Safe, da Dabi Atlante, que usa a nanotecnologia para eliminar fungos e bactérias dos equipamentos odontológicos; calçados bactericidas e antifungo para os dentistas circularem pelo consultório e embalagens bactericidas para os materiais. Os dentistas estão em terceiro lugar entre os profissionais de saúde mais sujeitos a contaminações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 25% dos pacientes que chegam aos consultórios são portadores de alguma doença transmissível.
Redução de gengiva
O professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Wilson Trevisan Júnior, apresentou no Ciosp uma técnica inovadora de redução de gengiva e aumento da parte exposta dos dentes. É um procedimento estético que retira o excesso de gengiva e que torna o sorriso do paciente mais bonito, chamado pelos dentistas de sorriso gengival. Atrizes famosas como Glória Pires e Beth Goulart fizeram a redução.
A agulha da anestesia e o barulho da broca sempre foram os grandes inimigos dos que relutam em ir ao dentista. Agora, esses medos podem ficar para trás. As novidades científicas e tecnológicas da odontologia permitem que o paciente sinta-se mais confortável e relaxado no consultório e consiga passar por tratamentos sem traumas. Máscara que toca mp3 e faz massagem facial, remédios homeopáticos que deixam o paciente mais calmo e o uso de hipnose durante cirurgias foram as principais novidades apresentadas no 28.º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo (Ciosp), em fevereiro.
Para quem fica ansioso e sente o coração disparar só de pensar em passar por um procedimento odontológico, o dentista homeopata Marco Antônio Kulik explica que a homeopatia pode ser utilizada antes, durante e depois do tratamento. "Algumas gotas podem reduzir a tensão quando há um medo crônico, estresse ou temor de agulhas e também durante um procedimento cirúrgico como uma extração, do qual o paciente sente mais medo."
Caso o paciente prefira, explica Kulik, a homeopatia pode substituir antibióticos antes das cirurgias, ou ser utilizada junto com a medicação alopática, já que o uso de uma não exclui o uso da outra.
Tecnologia
Para diminuir a tensão, outro lançamento é a máscara que toca música e massageia o rosto. Enquanto se submete ao tratamento, o paciente fica mais relaxado e menos concentrado no trabalho do dentista. "A máscara tem nove bolsas de massagem facial e um controle pelo qual o paciente pode baixar músicas do computador e controlar o que ouve", explica o gerente de marketing da fabricante do produto Brasil Medic, Júlio Cesar Barbosa.
Se mesmo assim o medo persistir, a hipnose pode ser uma técnica útil na hora de combatê-lo. De acordo com o dentista e psicanalista Miguel Angel Singh Gil, que desenvolveu pesquisa sobre o assunto, a terapia complementa o uso de medicamentos homeopáticos e induz o paciente ao transe por meio de relaxamento. "Sob hipnose, o paciente consegue imaginar que está em outro lugar e fica menos tenso", explica. Gil testou suas pesquisas com hipnose pela primeira vez em uma cirurgia de implante dentário realizada no fim do ano passado.
A técnica aplicada na odontologia começa a ganhar mais reconhecimento. A partir de abril a hipnose passa a ser um curso de especialização oferecido pelo Conselho Científico da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas em São Paulo.
Fumantes e diabéticos devem se preocupar
Os fumantes estão mais sujeitos a doenças bucais, principalmente a periodontite inflamação da gengiva , seis vezes mais frequentes que em não fumantes, e ao câncer bucal. De toda a população atingida pela doença, cerca de 70% são fumantes. De acordo com a cardiologista e diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração de São Paulo (InCor), Jaqueline Scholz Issa, o fumante tem mau hálito e sua boca tem maior número de bactérias, que podem causar problemas graves. "Por esse motivo o dentista é o profissional que primeiro pode identificar, pela boca, os pacientes que têm maior tendência a algumas doenças", diz ela.
Coração
A boca também pode ser responsável por doenças do coração. As bactérias presentes na boca podem percorrer os vasos sanguíneos e se acumular nas paredes das válvulas do coração, ocasionando a endocardite bacteriana.
Jaqueline explica que nesses casos um trabalho conjunto entre médicos e dentistas é fundamental para um tratamento eficaz, pois muitas vezes o dentista é o primeiro a perceber que o paciente tem alguma doença que pode afetar o resto do organismo. Se ela tiver endocardite terá de tomar antibióticos para elimiar a bactéria da boca antes de iniciar o procedimento odontológico.
Essa atuação conjunta também é importante para diabéticos. Além de todos os cuidados que a doença requer, o tratamento odontológico nesses pacientes precisa ser mais cauteloso.
O dentista Alexandre Fraige, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), explica que assim como o fumante, o diabético tem mais chance de ter problemas periodontais quinta doença mais comum em diabéticos. "Um check-up bucal pode evidenciar sinais e sintomas que se relacionam com as complicações da doença, como a redução da quantidade de saliva, e inflamações frequentes, leves ou graves, da gengiva."
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A jornalista viajou a convite do evento.
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