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A burocracia é o que mais atravanca o financiamento de pesquisas científicas em saúde no Brasil, segundo o médico Gil Ramos, gerente do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba.

O especialista explica que as maiores fontes de verba para pesquisas em câncer são os laboratórios. "Atualmente, temos 26 estudos internacionais em andamento. Para provar a eficiência de seus medicamentos, eles procuram hospitais bem qualificados", explica.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o investimento do Ministério da Saúde em pesquisas tem aumentado durante os últimos nove anos. Entre 2000 e 2002, foram gastos em média R$ 68,4 milhões por ano em pesquisa no país. Já em 2006, somente em editais de pesquisa em saúde, organizados pela Secretaria de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, foram investidos R$ 132,5 milhões.

Mas, apesar dos avanços, a maior parte do dinheiro não é direcionada às doenças mais prevalentes. Apenas 10% dos investimentos são voltados a doenças que afetam 90% da população. Além disso, a pesquisa em saúde no Brasil carece de tecnologia e inovação, realidade expressada pelo baixo número de patentes comparado à publicação científica.

Ramos explica que a demora do processo de aprovação de uma produção científica pelo governo leva pesquisadores a procurar outras fontes de financiamento. Muitos, inclusive, tiram dinheiro do próprio bolso para continuar o projeto. "É muito comum ver grupos de pesquisadores fazerem vaquinha para continuar trabalhando em suas pesquisas", revela.

Uma solução, de acordo com o médico, seria oferecer incentivos fiscais a grandes empresas do país, para estimular o empresário a investir nas pesquisas em saúde. "No Brasil, apenas os projetos voltados à criança e ao adolescente são incentivados. Em outros países, as fundações têm um papel muito importante nas pesquisas em saúde."

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