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A polêmica sobre a obrigatoriedade do teste da linguinha pode servir de alerta para os pais. Confira os principais itens que exigem atenção:

Certifique-se de que um profissional da saúde – seja o pediatra, enfermeiro, dentista ou fonoaudiólogo – tenha observado possíveis alterações na língua no bebê.

Os primeiros sinais de que a criança tem língua presa aparecem já na amamentação.

As limitações no órgão fazem com que os bebês tenham menos sucções e longas pausas ao mamar. Quando o bebê apresenta dificuldades de sugar, engolir e, posteriormente, mastigar, ela pode ter alterações na membrana da língua.

Problemas na fala também podem ser consequência da língua presa. É importante sempre ficar atento a possíveis alterações que, segundo os especialistas, são visíveis.

A alteração na língua tem influência genética. Portanto, quando for diagnosticada em um membro de uma família, é fundamental pesquisá-la tanto entre os parentes diretos como nos demais.

Um projeto de lei que torna obrigatório um exame para detectar a alteração na membrana que conecta a língua ao assoalho da boca em recém-nascidos tem gerado polêmica entre fonoaudiólogos e pediatras. A exigência do chamado teste da linguinha foi aprovada na Câmara e agora será analisada no Senado.

A presidente da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia e uma das criadoras do teste, Irene Marchesan, afirma que o procedimento é muito simples, pode ser feito por qualquer profissional de saúde e não precisa de treinamento prévio. "É apenas um formulário com desenhos bem explicativos que o profissional deve preencher. É muito prático e torna fácil de identificar o problema nas crianças e não gera custos aos SUS", diz.

A fonaudióloga explica que a entidade decidiu apoiar a exigência do teste diante do grande número de pacientes que chegam aos consultórios com problemas de fala por falta de diagnóstico quando eram bebês. "O exame não é rotina entre os médicos e o problema passa despercebido. Só depois, quando a fala da criança já está prejudicada, é que o diagnóstico é feito por um fonoaudiólogo", afirma a médica.

Outra vantagem na realização do exame, segundo Irene, é evitar dificuldades na amamentação. A língua presa causa problemas para sugar e engolir, o que, muitas vezes, leva ao desmame precoce e desnecessário.

Quando o problema da língua é identificado, um pequeno corte da membrana que conecta a língua ao assoalho da boca deve ser realizado. O projeto de lei proposto não prevê a realização do procedimento, mas ele já é oferecido pelo SUS. Caso o corte não seja feito até os dois anos, a fala da criança ficará prejudicada.

Diagnóstico contestado

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul questiona a necessidade de uma lei para a realização do teste da linguinha. Um parecer contrário à obrigatoriedade do procedimento também já foi dado pela Sociedade de Pediatria de São Paulo e endossado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Em São Paulo, uma lei estadual já obriga a realização do exame gratuitamente.

Segundo o pediatra Manoel Ribeiro, o exame proposto na lei pode gerar falsos diagnósticos. "O teste não tem validação acadêmica suficiente para virar lei e determinar diagnósticos. É preciso uma discussão multidisciplinar sobre a necessidade e a eficiência desse procedimento", afirma.

Ribeiro argumenta que existem quatro diferentes definições de língua presa na literatura e o teste realizado nos recém-nascidos não é capaz de identificar todas as variações. Segundo o pediatra, a obrigatoriedade do exame pode levar a cortes desnecessários da membrana, o que pode causar complicações.

Ao contrário do que dizem os fonoaudiólogos, os pediatras afirmam que o exame da língua é parte da rotina e o diagnóstico deve ser feito ao longo das consultas.

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