
Apesar de Curitiba não ter casos de transmissão de dengue dentro da cidade, cuidados com a proliferação do mosquito que causa a doença devem ser tomados, pois a doença é considerada epidemia em cidades do Paraná. Duas pessoas que estiveram em municípios do interior já foram diagnosticadas com a doença na capital paranaense. Um dos casos surgiu depois que uma pessoa visitou a cidade de Peabiru, onde ocorreu a primeira morte por dengue no ano. A segunda pessoa infectada contraiu a doença em Paranavaí, no Noroeste do estado. As duas tiveram dengue do tipo 1 e 2.
De acordo com a coordenadora do Programa Municipal de Controle da Dengue, Rita Sandra Franz, a capital paranaense não registra casos transmitidos dentro da própria cidade desde 2002. Mesmo assim, diante de casos como os dois que foram detectados, o órgão tem um programa de combate especial para evitar a transmissão da doença.
O mosquito da dengue Aedes aegypti , segundo Rita, tem um poder de voo de, no máximo, 300 metros. Este é o raio estabelecido nas proximidades de onde a pessoa doente se encontra para fazer o chamado bloqueio de transmissão. "Fizemos uma inspeção rigorosa em todas as residências nesse perímetro e em pontos comerciais para evitar a transmissão. Se naquele raio tiver o mosquito, ele vai começar a transmissão na cidade", alerta.
Em 2012, a tática deu certo e nenhum caso foi transmitido dentro do município. No total, 25 pessoas com dengue foram diagnosticadas em Curitiba. Em todos eles, os infectados haviam adquirido o vírus em outros locais. "Quando as pessoas saem para áreas de risco, nós aconselhamos que as pessoas usem repelente, procurem abrigos em hospedagem que tenham mosqueteiro e que não tenham água parada, justamente para evitar adquirir a dengue", aconselha.
A coordenadora alerta que o mosquito transmissor lembra um pernilongo, mas é muito menor e tem hábitos diferentes. O Aedes aegypti pica durante o dia e voa baixo, picando principalmente as pernas e os braços. O principal diferencial do agente que transmite a enfermidade está nas patas, que possuem manchas brancas bem visíveis.
Em Curitiba, no caso de alguém vir um mosquito com essas características, a orientação é tentar capturar o inseto e levá-lo a uma Unidade de Saúde. Todos os postos estão preparados para identificar o mosquito e direcionar uma equipe de combate aos focos em um raio de 300 metros da região em que o mosquito for encontrado. Até agora, no ano, apenas quatro focos foram registrados dois no Jardim Botânico, um no Tatuquara e um no Abanches.
Cuidados com a doença
Para quem tomou todos os cuidados e mesmo assim adquiriu o vírus, o principal risco está na automedicação, segundo Rita. Os sintomas da doença são muito parecidos com os da gripe, com dores de cabeça, no fundo dos olhos e no corpo, além de febre alta.
Ao apresentar esses sintomas, deve-se procurar qualquer uma das Unidades de Saúde da capital, que estão preparadas para lidar com a situação. Isso porque, no caso de a pessoa com dengue tomar algum medicamento para gripe com o elemento químico ácido acetilsalicílico comum nos remédios para alívio dos sintomas dos resfriados , as chances de ocorrerem hemorragias generalizadas são grandes.
"Os sintomas são parecidos com a gripe porque [a dengue] também é uma doença viral [assim como a gripe]. À medida em que infecta, começa a desencadear uma reação imunológica. A resposta é individual, depende de cada organismo. Por isso que algumas pessoas desenvolvem na primeira vez a dengue hemorrágica e outras, não", explica.



