Mensagens obtidas pela Polícia Federal na investigação sobre o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, revelam que ele temia ser preso ou até morto caso revelasse à imprensa o que ocorria nos bastidores do tribunal.
Também vamos falar sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender um pedido de extradição da Espanha, após a negativa do país europeu em extraditar Oswaldo Eustáquio ao Brasil.
A partir das 13h30, ao vivo.
Ex-assessor de Moraes diz temer pela própria vida
Em mensagens enviadas à esposa em março do ano passado, o ex-assessor de Moraes demonstrou preocupação. “Se eu falar algo, o Ministro me mata ou me prende”, escreveu o perito em 31 de março de 2024. No diálogo, ele manifestou o desejo de “contar tudo de Brasília” antes de morrer. “Minha vontade é chutar o pau da barraca, jogar tudo para o alto”, afirmou.
As mensagens, inéditas, foram obtidas pela Polícia Federal no inquérito contra Tagliaferro, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). A Gazeta do Povo teve acesso ao histórico de conversas com a esposa via WhatsApp por meio de um relatório oficial da investigação. O inquérito é público e pode ser acessado por qualquer pessoa cadastrada no sistema do STF.
O relatório, também público, reúne a análise dos dados extraídos do celular de Tagliaferro. Nele, a PF incluiu o link e endereço na internet com arquivos que mostram as conversas com a atual esposa, entre março e novembro do ano passado, além de mensagens com seu advogado.
Moraes dá o “troco” na Espanha em caso de Oswaldo Eustáquio
O ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu nesta terça-feira (15) um pedido de extradição apresentado pela Espanha contra um cidadão búlgaro preso no Brasil em fevereiro. A decisão ocorre após a Justiça espanhola rejeitar o pedido do governo brasileiro para extraditar o jornalista Oswaldo Eustáquio.
Moraes determinou que o búlgaro seja transferido da prisão preventiva para a domiciliar, com tornozeleira eletrônica. A Espanha solicitou a extradição de Vasil Georgiev Vasilev com base no tratado assinado com o Brasil em 1990. Ele é acusado de envolvimento com o tráfico de drogas em 2022.
O ministro destacou que tanto o tratado quanto a Lei de Migração preveem o princípio da reciprocidade. Segundo Moraes, a recusa da Justiça espanhola em extraditar Eustáquio impede a continuidade do processo de entrega de Vasilev e representa um “desrespeito ao requisito de reciprocidade” entre os dois países.
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