Se os americanos têm uma Lei Magnitsky para coibir globalmente os ataques à liberdade de expressão, o Brasil tem uma legislação similar, não oficial, mas igualmente em voga: a Lei Alexandritsky.
O trocadilho com a figura centralizadora e onipresente do ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi cunhado pelo colunista Guilherme Kilter em debate no programa Última Análise, no canal da Gazeta do Povo no Youtube. Brincadeira à parte, será que uma Lei Alexandritsky oficiosa, ainda que extraoficial, não explicaria o aparente cansaço dos brasileiros de lutarem por justiça? De lutarem pelo devido processo legal e contra as práticas de corrupção instaladas no Estado? Que outros fatores da vida pública atual contribuem para a dessensibilização das pessoas em relação à política e à esperança de dias melhores?
Mesmo os protestos nas ruas, contudo, quando ocorrem, têm alcance curto e repercutem por poucas horas ou dias. A esperança parece ter sido substituída pela descrença generalizada. Muitos questionam o sentido de reagir ou de ir às ruas quando tudo parece decidido nos bastidores.
Lei Alexandritsky: efeito intimidador
O que explica essa aparente anestesia de boa parte da população, que já não sabe como reagir diante de pessoas e instituições que parecem ter trocado a Constituição pela conveniência política e interesses personalíssimos? Por outro lado, muitos dos que se aventuraram a protestar acabaram presos, exilados, foram alvos de inquéritos ou tiveram suas vozes caladas nas redes sociais.
Esse cansaço dos brasileiros, e os meios de acordar a população de um estado de torpor coletivo, é o tema do programa Última Análise desta terça-feira (27). O programa vai ao ar às 19h e terá como debatedores Guilherme Kilter, Anne Dias e André Marsiglia.
O medo de ser perseguido, cancelado ou preso superou a coragem? Qual o papel da imprensa, da escola, da justiça e da sociedade nesse estado de coisas? Acompanhe no Última Análise.
