Entre o lucro e a tragédia social, como enfrentar a sedução das apostas

As bets ou casas de apostas tornaram-se onipresentes. Invadiram os intervalos comerciais, estampam as camisas dos times de futebol e, cada vez mais, entram em nossos lares e bolsos. Alguns as veem como uma nova fronteira da economia digital.

Há, contudo, um custo alto que os jingles vibrantes e os influenciadores sorridentes não contam: o vício e a compulsão. Jovens transformam cliques em dívidas e a economia de famílias inteiras se perde pela ilusão de ganhar dinheiro pela “sorte grande”.

O programa Última Análise desta quinta-feira (22) debate o fenômeno das bets no país, num momento em que o assunto é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado.

Ética x Sedução das Bets

A promessa de incrementar a arrecadação de impostos justificaria os danos sociais que as apostas podem causar? É moralmente aceitável lucrar com a vulnerabilidade emocional dos viciados? Ética e jogo são termos que podem coexistir?

O Última Análise procurará entender as razões porque tantas pessoas alimentam a expectativa irreal de enriquecimento rápido. De que forma uma cultura de celebração em torno de sites de apostas e loterias pode conspirar contra a própria noção de riqueza de uma nação?

Em um mundo digital sem fronteiras, jogos proibidos no Brasil, como o "Jogo do Tigrinho", são explorados ilegalmente por plataformas estrangeiras, desafiando a sociedade organizada. Os países conseguirão criar filtros para evitar esses dribles, ou há o risco de isso descambar para uma censura mais ampla? As pessoas têm o direito de destruir suas vidas apostando, ou é dever do Estado e da sociedade proteger os mais vulneráveis?

O que dizer sobre o uso das bets para atividades criminosas, como lavagem de dinheiro. O Última Análise sobre as bets terá a participação de André Marsiglia, Francisco Escorsim e Guilherme Kilter, com mediação de Marcos Tosi. À partir das 19h, no canal da Gazeta do Povo no YouTube.