Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Última Análise

Fim da jornada 6×1: realidade, populismo e possibilidades

Sem grandes obras ou realizações a mostrar, incapaz de frear os gastos públicos e acuado por escândalos de corrupção, o governo Lula escolheu uma bandeira populista para tentar seduzir os eleitores: redução da jornada de trabalho.

O programa Última Análise desta segunda-feira (12) se propõe a discutir se o fim da jornada 6x1 é uma pauta “sequestrada” pela esquerda, ou se, para além do viés ideológico e oportunismo político em torno do tema, seria algo viável na realidade socioeconômica brasileira. Que consequências a redução da jornada, por decreto legal, teria para milhões de empresas, trabalhadores e suas famílias? Participam do debate os juristas André Marsiglia e Deltan Dallagnol e o colunista Guilherme Kilter, com mediação de Marcos Tosi.

Enquanto a ideia de ter mais tempo livre ressoa positivamente para muita gente, um dos pontos mais críticos e potencialmente problemáticos da proposta reside em suas consequências econômicas. Especialmente se a redução da jornada não vier acompanhada de um aumento significativo da produtividade nacional.

https://multimidia.gazetadopovo.com.br/painel/infocoder/preview/?id=6665

Gargalo da produtividade dificulta fim do 6x1

As estatísticas apontam que a produtividade do trabalhador brasileiro se mantém estagnada há décadas. O que um trabalhador americano faz em 15 minutos, por exemplo, o brasileiro leva uma hora para realizar. Os estudiosos do tema dizem que isso não indica que os brasileiros sejam mais preguiçosos, mas seria um indício de educação e formação profissional deficitárias e de equipamentos obsoletos para impulsionar a produtividade.

Diante desse quadro, o Última Análise questiona se é possível diminuir a jornada de trabalho sem atacar o problema da produtividade. Uma preocupação subjacente ao debate é de que uma redução drástica nas horas trabalhadas, sem um aumento proporcional na eficiência, possa impactar negativamente a produção do país e a competitividade da economia.

O debate se estende também ao papel do setor empresarial e vai levantar a possibilidade de ter havido uma acomodação nas últimas décadas, principalmente em segmentos que empregam mão de obra de baixa qualificação.

Atualmente, existe uma liberdade de negociação entre patrões e empregados para fixar a jornada de trabalho semanal, mas a proposta da deputada Erika Hilton, do PSOL, sugere o fim dessa liberdade. E a substituição da jornada 6x1 pela 4x3. Acompanhe a discussão no Última Análise do canal da Gazeta do Povo, no YouTube, das 19h às 20h30.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros