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Na política brasileira atual, a temperatura subiu alguns graus em relação à violência das palavras quando dirigidas a adversários. O exemplo mais recente veio da Bahia, onde o governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores deveriam “pagar a conta” da pandemia de Covid-19 e ser mandados para “para vala com enchedeira (retroescavadeira)”.
Trata-se, de certa forma, de chumbo trocado. Afinal, no passado o próprio Bolsonaro falou em “fuzilar a petralhada”, e deputado aliado dele desejou a morte do presidente Lula.
O programa Última Análise do canal da Gazeta do Povo no YouTube debate nesta quarta-feira (7) a violência retórica na política, suas origens e consequências. Participam do programa, mediado pelo jornalista Marcos Tosi, o ex-chefe da Lava Jato Deltan Dallagnol, o jurista André Marsiglia e o escritor e filósofo Francisco Escorsim.
Quando a violência retórica gera ações concretas
Neste episódio, o programa mergulha no poder das palavras e nas consequências quando esse poder é abusado na arena política. O ponto de partida é a concepção de alguns autores de que a política é, na verdade, a "guerra por outros meios". Ou seja, a retórica, as acusações, o debate acirrado.
Essa violência retórica é inevitável? Além de retratar uma falta de civilidade na arena pública, como lidar com o risco de que possa descambar para a violência física? Exemplos históricos sombrios como a Alemanha nazista e a União Soviética stalinista, e mais recentemente, a facada no ex-presidente Jair Bolsonaro, servem como lembretes desse risco.
Até que ponto desejar a morte de um opositor político, pregar que seja lançado numa vala comum, ou chutar futebol com uma réplica de sua cabeça de borracha são manifestações protegidas pelo conceito da liberdade de expressão? Existe um limite para essa liberdade? Existe um duplo padrão na imprensa para se criticar ou tolerar esses ataques, conforme eles surjam da esquerda ou da direita do espectro político?
O programa Última Análise vai ao ar de segunda a quinta-feira, das 19h às 20h30, no canal da Gazeta do Povo no YouTube.