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Um levantamento recente do INEP, mostrou que 32,4% dos professores dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio não possuem formação na matéria que lecionam em sala de aula. A base de dados foi o Censo Escolar de 2013 a 2020.
Um levantamento recente do INEP, mostrou que 32,4% dos professores dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio não possuem formação na matéria que lecionam em sala de aula. A base de dados foi o Censo Escolar de 2013 a 2020.| Foto: Toninho Tavares/Agência Brasíl

Um estudo publicado em um dos cadernos de estudos do Inep, órgão do Ministério da Educação, no último dia 22, mostrou que 32,4% dos professores dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio não possuem formação na matéria que lecionam em sala de aula. Os pesquisadores organizaram dados do Censo Escolar de 2013 a 2022 para analisar a possibilidade de um possível “apagão de professores”, teoria que aponta que não haverá professores suficientes no futuro. Os autores consideram como formação inadequada os docentes que ensinam matérias as quais não possuem diploma de licenciatura específico para a matéria que lecionam.

Na região Norte, a porcentagem de professores com formação inadequada sobe para 36,6%. O Sul é o que possui o menor índice (27,6%), mas não muito diferente da média do país. Sociologia, língua estrangeira, artes, filosofia e física são as disciplinas que mais possuem professores em sala de aula que não possuem cursos de licenciatura na área. Já língua portuguesa e educação física são as áreas com os melhores índices de docentes com formação adequada.

Situação do fundamental 2 é pior que o médio

Quando separados por etapa da educação básica, a situação do ensino fundamental 2 é ainda mais drástica. Os alunos do 6º ao 9º ano que estudam em áreas rurais possuem quase 70% de professores sem licenciatura na matéria que ensinam. Nos centros urbanos, os estudantes dos anos finais do fundamental têm 47,7% dos docentes sem a formação específica para a atuação. A Gazeta do Povo mostrou recentemente que alunos brasileiros regridem em desempenho do 6º ao 9º do ensino fundamental.

Em relação ao ensino médio, a diferença entre escolas da cidade e do campo é bem menor: 32,1% em áreas urbanas e 31,2% na zona rural. Recentemente, o governo Lula apresentou um projeto de lei com o objetivo de mudar alguns pontos do novo ensino médio, em vigor desde 2017. Entre as mudanças, o Ministério da Educação propôs a proibição de professores com apenas notório saber nos cursos profissionalizantes que podem ser feitos durante o ensino médio. A demanda veio de grupos como a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) que pedem a revogação do novo ensino médio para atender interesses corporativistas.

Outro dado que chama atenção é em relação ao número de professores formados que não seguem a carreira da docência. Apenas 29,3% dos professores formados em 2021 estavam empregados na área em 2022. O índice é o maior dos últimos sete anos e teve como base o Censo da Educação Superior e o Censo da Educação Básica, ambos de 2011 a 2022. Em 2020, apenas 22,1% dos formados no anterior trabalharam como professor. A porcentagem foi de 24,1% em 2021. Os dois anos foram marcados pela pandemia da Covid-19 e o Brasil foi um dos países que manteve as escolas fechadas por mais tempo.

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