Rio Já estão em liberdade os 17 presos na Operação Cerol, que investiga o esquema de fraudes no recolhimento de impostos, contrabandos e de tráfico de influência. Eles deixaram a carceragem da Polinter de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, na madrugada de ontem, depois de conseguirem habeas-corpus.
Foram escoltados por policiais federais e civis para a sede da Polícia Federal. Somente um dos acusados não estava na unidade porque foi hospitalizado.
Na semana passada, a Justiça Federal determinou a prisão de 17 pessoas que estariam envolvidas no esquema.
Entre os acusados estão advogados, empresários, dois ex-superintendentes e seis delegados da Polícia Federal do Estado do Rio. As investigações atingem também a Polícia Civil.
Numa tentativa de evitar a libertação dos presos, o Ministério Público Federal chegou a pedir, na terça-feira, a prorrogação da prisão temporária por mais cinco dias.
O desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, concedeu o habeas-corpus alegando que "as prisões temporárias exauriram seus fundamentos, cumpriram sua função e, ao perdurarem dessa forma, passam a se converter em mero castigo sem culpa ainda formada ou antecipação de uma pena para a qual o processo penal há ainda que ser instaurado, sendo certo que, no caso, sequer há denúncia do Ministério Público".
O esquema funcionava da seguinte forma: advogados e empresários "recrutavam" funcionários da Superintendência da Polícia Federal no Rio de janeiro. Delegados, agentes e escrivães recebiam suborno para diminuir o ritmo das apurações de crimes fazendários e previdenciários. Os investigados pela PF que desejavam se beneficiar do esquema entravam em contato com os advogados pertencentes à quadrilha. Após o pagamento de propina, os líderes da máfia davam a ordem para que a Superintendência afrouxasse os inquéritos, adiando ou cancelando diligências, o que contribuia para a não-punição dos suspeitos.
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