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O Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena, de Foz do Iguaçu, recebeu quatro funcionários, mas ainda faltam oito | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
O Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena, de Foz do Iguaçu, recebeu quatro funcionários, mas ainda faltam oito| Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo

Depois de quase um mês do início das aulas na rede estadual de ensino, cerca de 20% das escolas ainda sofrem com a falta de funcionários de serviços gerais, responsáveis pela merenda e pela limpeza, contratados pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS). O número corresponde a 440 das 2,2 mil instituições do Paraná. A estimativa é da presidente do Sindicato dos Tra­balhadores em Educação Pública no Paraná (APP Sindicato), Marlei Fernandes Carvalho. "A situação mais grave é a de serviços gerais, pois a de professores já está controlada", afirma Marlei.

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) contesta o número. A superintendente de Educa­ção, Meroujy Cavet, diz que 97% dos colégios estão com o quadro de funcionários completo, desde os cargos de professores até os de agentes 1 (serviços gerais) e 2 (de­­partamentos administrativos). Os problemas que persistem, segundo ela, são de colégios onde os selecionados no concurso desistiram da vaga ou assumiram e estão de licença médica. "Temos apenas resíduos em aberto", garante.

Dupla função

Nas escolas onde faltam auxiliares de serviços gerais, funcionários de outros departamentos têm de arregaçar as mangas para garantir a merenda dos alunos. No Colégio Estadual Dobrandino Gustavo da Silva, em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, uma funcionária contou que, no período noturno, a vice-diretora, a pedagoga e a bibliotecária têm de preparar a merenda por causa do quadro defasado de empregados.

Também em Foz, o Colégio Agrícola Manoel Moreira Pena é um dos que mais precisam aumentar a quantidade de funcionários. A diretora pedagógica Nadia Caon conta que o Núcleo Regional de Educação (NRE) já enviou quatro aprovados para serviços gerais, mas que são necessários pelo menos mais oito funcionários para atender à demanda. "Esse problema acontece todos os anos, mas a situação está mais grave neste ano, por causa do impasse no PSS", afirma.

Os escritórios do APP Sindicato de Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa confirmaram que a falta de funcionários tem sido o problema mais grave enfrentado pelas instituições de ensino do estado neste início de ano letivo.

Impasse

Ao todo, 8.359 candidatos aos cargos de professor e agentes 1 e 2 ques­­tionaram a classificação do PSS. No dia 3 de fevereiro, o Tribu­nal de Justiça do Paraná (TJ-PR) concedeu uma liminar ao APP Sindi­cato exigindo a revisão da seleção. Quatro dias depois, a Seed obteve uma liminar, também no TJ, autorizando a contratação dos aprovados no concurso. O sindicato entrou com outra ação na sexta-feira passada a fim de reverter a decisão.

Segundo a Seed, a demora para contratar os aprovados pelo PSS foi gerada pelas ações que tramitaram na Justiça. Como o governo só conseguiu a liminar favorável um dia antes do início do ano letivo, os alunos voltaram às aulas sem que as escolas tivessem seus quadros de funcionários definidos. Por causa disso, a secretaria priorizou a nomeações dos professores. Quanto aos outros funcionários, a expectativa é de que o problema seja resolvido até semana que vem.

As ações na Justiça também ocasionaram atraso no primeiro pagamento dos contratados via PSS, que deverão receber somente no fim de março. Em nota oficial enviada por e-mail, a assessoria da Seed informou que não houve tempo hábil para a geração da folha de pagamento desses profissionais.

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