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A mata atlântica remanescente na Serra do Mar é uma das poucas áreas de floresta nativa do Paraná | Valterci Santos /Arquivo Gazeta do Povo
A mata atlântica remanescente na Serra do Mar é uma das poucas áreas de floresta nativa do Paraná| Foto: Valterci Santos /Arquivo Gazeta do Povo

Inventário de matas começa a sair do papel

No Ano Internacional de Florestas, o Serviço Florestal Brasileiro resolveu tirar do papel o projeto de inventariar as matas brasileiras. O trabalho de levantamento de dados atualizados sobre a qualidade, quantidade, altura, diâmetro, espécies, tipo de solo, estoque de carbono e biomassa servirá para a elaboração de políticas públicas de uso e conservação desses recursos naturais.

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Agricultores ganham benefício

O projeto Oásis, uma parceria da prefeitura de Apucarana (no Norte do Paraná) e a Fundação Grupo Boticário, é um exemplo da regulamentação da Lei Federal de Serviços Ambientais. A ampliação do projeto, que a partir de hoje passa a remunerar 133 agricultores proprietários de áreas com remanescentes de florestas ou nascentes de rios na cidade, pode consumir todos os recursos do Fundo do Meio Ambiente do município em dois anos.

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A Organização das Nações Uni­­das (ONU) quer que 2011 seja o marco da mobilização mundial em prol da preservação de florestas em todos os hemisférios. Com o tema "Florestas para o Povo", a ideia é mostrar que a exploração das matas sem manejo sustentável pode gerar não só prejuízos ambientais como também so­­ciais e econômicos. O lançamento oficial do Ano Internacional das Florestas aconteceu na segunda-feira passada, em Nova York. Entretanto, para que a preservação se efetive, especialistas defendem a regulamentação da Lei de Serviços Ambientais, que prevê benefícios financeiros àqueles que cuidarem de florestas.

Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Am­biente (Pnuma) revelam que 31% da área terrestre do planeta são cobertos por florestas que abrigam 80% da biodiversidade da Terra, servem de moradia para 300 milhões de pessoas e ainda têm responsabilidade direta na sobrevivência de 1,6 bilhão de pessoas.

O Brasil, segundo país com maior extensão florestal, atrás apenas da Rússia, tem 516 milhões de hectares de florestas naturais e plantadas, o que equivale a 60,7% do território nacional, de acordo com dados do Serviço Florestal Brasileiro (SFB). Dentre as funções prioritárias definidas pela ONU para Agricultura e Alimentação (FAO), a maior parte das florestas brasileiras – 190.119.140 de hectares – ainda tem uso prioritário desconhecido ou indefinido. Apesar de o território desprotegido ainda ser considerável, os números melhoraram em relação ao ano passado. Hoje o país tem 290 milhões de hectares de florestas públicas cadastradas, número 21% maior que o registrado em 2009.

No Paraná, não há consenso sobre o tamanho da área remanescente. O último levantamento oficial do estado, de 2002, apontava uma cobertura florestal de 24,87%. Depois disso, segundo o próprio governo, só existem estudos parciais e não oficiais que não podem ser comparados entre si por conta das diferentes metodologias adotadas. O levantamento mais recente, de maio de 2010, divulgado pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), mostra que o Paraná só conta com 9,84% de áreas florestais, menos que os 10% de remanescentes preconizados pela ONU.

Segundo o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Carlos Roberto Sanquet­­ta tirando a Serra do Mar e o Parque Iguaçu, as áreas remanescentes estão fragmentadas e não formam corredores florestais. Para ele, as políticas estaduais de proteção a florestas, até agora, só se ocuparam em tentar frear o desmatamento. "Isso é importante, mas não é tudo. É preciso desenvolver programas de conservação, recuperação e uso sustentável para todas as formações", diz.

Benefício econômico

"Isso pode ser estimulado através do pagamento por serviço florestal. Uma área natural preservada é uma fábrica de serviços ambientais, absolutamente fundamental", diz o diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Clóvis Borges. A diretora-executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, acredita que o Brasil já deu o primeiro passo nessa direção com a aprovação da Lei de Serviços Ambientais (veja exemplo abaixo). "Agora precisamos regulamentar. Precisamos atingir o equilíbrio sustentável das áreas com vocação produtiva e das áreas delimitadas que não contam com proteção efetivamente", defende.

A nova gestão da Secretaria de Estado de Meio Ambiente aposta no diálogo com o setor produtivo para efetivar o pagamento de serviços florestais. O Programa de Conservação da Biodiver­­sidade Paranaense e Mudanças Climáticas, batizado de Biocli­­ma, deve ser lançado em 90 dias e tem entre suas metas reconhecer as áreas florestais nativas ainda existentes no estado e os proprietários particulares que preservam suas florestas. A ideia é que empresas e indústrias responsáveis pelas emissões de carbono contribuam com a manutenção dessas áreas. De acordo com o secretário de Meio Am­­biente, Jonel Iurk, dessa forma, as empresas poderão receber certificação de produção com emissão zero de carbono e até receber incentivos fiscais para participar do programa.

Serviço:

No site oficial do Ano Internacional das Florestas, o visitante pode divulgar ações que pretende promover no próximo ano em defesa das florestas.

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