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Homicídios em 2011

Janeiro – 77 casos

Fevereiro - 48 casos

Março - 64 casos

Abril - 65 casos

Maio - 47 casos

Junho - 56 casos

Julho - 52 casos

Agosto - 79 casos

Setembro - 51 casos

Outubro - 45 casos

Novembro - 49 casos

Dezembro - 51 casos

Fonte: Delegacia de Homicídios

*não estão computados casos de lesão corporal seguida de morte, latrocínio e confronto com a polícia

Homicídios em 2010

Janeiro - 80 casos

Fevereiro - 86 casos

Março - 74 casos

Abril - 65 casos

Maio - 48 casos

Junho - 51 casos

Julho - 50 casos

Agosto - 59 casos

Setembro - 52 casos

Outubtro - 63 casos

Novembro - 69 casos

Dezembro - 53 casos

Fonte: Delegacia de Homicídios

*não estão computados casos de lesão corporal seguida de morte, latrocínio e confronto com a polícia

A escalada da violência em Curitiba

2000 - 416

2001 - 453

2002 - 530

2003 - 612

2004 - 693

2005 - 778

2006 - 874

2007 - 827

2008 - 1,032

2009 - 1,022

2010 - 979

Variação no período - 135,3%

Fonte: Mapa da Violência/ Instituto Sangari

Curitiba fechou 2011 com uma redução de 8,9% no número de assassinatos em relação a 2010, segundo um levantamento divulgado pela Delegacia de Homicídios (DH), na segunda-feira (2). De acordo com o balanço, foram 684 mortes no ano passado, ante 750 registros de 2010. Apesar da queda, a capital paranaense terminou 2011 com índice de 38,9 homicídios por 100 mil habitantes, quase três vezes mais que o considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os números não levam em conta lesões corporais seguidas de morte, latrocínios e confrontos com a polícia.

Segundo o relatório da DH, os meses mais violentos em 2011 foram janeiro e agosto (com 77 e 79 mortes, respectivamente). Nos demais, o índice se manteve mais ou menos estável. Em 2010, a violência foi mais acentuada nos três primeiros meses e em outubro e novembro.

Para as autoridades de segurança, a redução está alicerçada na integração entre as polícias Civil, Militar e Federal, além da Guarda Municipal. O porta-voz da Polícia Militar (PM), major Antonio Zanata Neto ressalta ainda o uso do serviço de inteligência e canais como o telefone 181 (por meio do qual a população pode apresentar denúncias anônimas) para definir estratégias de segurança. "Aliando as denúncias aos levantamentos internos da inteligência, pudemos definir melhor o policiamento. Com a integração, pudemos contribuir para a diminuição e para essa sensação de segurança", avalia.

O delegado Rubens Recalcatti, chefe da DH, menciona as operações realizadas pela polícia em localidades de grande incidência de homicídios como determinantes para coibir assassinatos e diminuir o índice. Um exemplo foi o trabalho policial realizado na Vila Sabará, na Cidade Industrial, onde três jovens morreram em 20 dias, vítimas da disputa entre gangues. "Identificamos o problema, agimos e as mortes pararam de ocorrer. Também foi assim em bairros como Tatuquara, Uberaba e Vila Estrela", enumera o delegado.

Para 2012

As polícias Civil e Militar começaram 2012 definindo aspectos da política de segurança que deve ser realizada ao longo do ano. Na DH, o delegado pretende intensificar a investigação em locais considerados críticos, com altos índices de homicídios. Além disso, a unidade deve agilizar a instauração dos inquéritos policiais. "A determinação é que a procura por suspeitos e a oitiva [tomada de depoimento] de familiares seja imediata. Isso tem refletido diretamente no resultado das investigações", disse Recalcatti.

Na PM, a palavra de ordem é "comunitarização". Segundo o porta-voz da corporação, a instituição pretende intensificar as atividades de policiamento comunitário e se aproximar mais dos locais onde atua. "A ideia é integrar-se cada vez mais à comunidade. Ouvir anseios, reclamações e denúncias da população para dar resposta ao que a sociedade almeja", afirma o major Zananta.

Desafios

Apesar da redução significativa, Curitiba tem uma série de desafios e de taxas negativas a combater. De acordo com o Mapa da Violência 2012, divulgado em dezembro do ano passado pelo Instituto Sangari, Curitiba é a sexta capital mais violenta do país. Em 2000, a capital paranaense ocupava a 20ª posição e tinha um dos menores índices de homicídios.

O mesmo estudo aponta que, em números absolutos, a taxa de homicídios em Curitiba subiu 135,3% em dez anos. Em 2000, foram registrados 416 assassinatos na capital, contra 979 em 2010 (número que diverge do apresentado pela DH). O indicador supera o de outras capitais como Recife (890), Belo Horizonte (830) e Porto Alegre (518).

Não se pode falar em tendência, diz especialista

O sociólogo Pedro Bodê, professor do Centro de Estudos em Segurança Pública, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), classificou a redução como "expressiva", mas avalia que não é possível falar em tendência de redução do índice de homicídios. Ele menciona o Mapa da Violência, que demonstra que a curva da violência se manteve ascendente nas últimas décadas. "Você pode falar em tendência quando se tem um crescimento consolidado de anos anteriores. O que temos é um ano com redução expressiva", apontou. O especialista ressalta que é preciso analisar a metodologia do levantamento, já que há diferenças entre os dados apresentados e os números do Mapa da Violência e do Datasus.

Para o professor, não é possível afirmar que a redução se deva a políticas determinadas neste ano pela Secretaria de Segurança Pública (Sesp), cujos efeitos só poderiam ser mensurados a partir de meados deste ano. Bodê vê com "reticências" as propostas do programa Paraná Seguro, anunciado em 2011 pelo governo do estado e que prevê, entre outras coisas, a contratação de policiais.

"O meu pessimismo é porque tem muita coisa em segurança pública que impacta nas eleições. O meu pessimismo é porque a segurança do Paraná está consolidada sob um modelo esgotado e arcaico. Qualquer elemento novo que é inserido numa estrutura ultrapassada, tende a ser absorvido por essa estrutura", conclui.

Em Pinhais

Pinhais, na região metropolitana, conseguiu reduzir pela metade a taxa de mortes violentas (homicídios, lesões corporais seguida de morte, latrocínios e confrontos). Segundo um balanço da delegacia do município, foram 65 óbitos em 2011. No ano anterior, a cidade havia registrado 123 mortes violentas.

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