• Carregando...

Aliados e adversários de Renan Calheiros enxergam um contingente de aproximadamente dez colegas que tenderiam a se sensibilizar e votar contra a cassação de seu mandato caso ele fizesse o gesto de renunciar à presidência do Senado antes da sessão de quarta-feira. Cesar Borges (DEM-BA) e Mão Santa (PMDB-PI), por exemplo, aventaram essa possibilidade em discursos e apartes no plenário. Como todas as estimativas indicam placar apertado, não é uma opção para jogar fora. De todo modo, dizem os mais próximos, Renan só tomaria esse atalho no dia D, na hipótese de suas previsões indicarem derrota. "A presidência só serve para ele se tiver certeza de que se salva", raciocina um dos senadores mais enfronhados no processo.

Positivo... – Ciro Gomes, que evita manifestações públicas sobre o caso Renan, trabalha nos bastidores para que os três senadores do PSB votem pela cassação. No cálculo do deputado e ex-ministro entra a conveniência de mitigar o peso do PMDB em 2010.

... e operante – Com a discreta pressão de Ciro e do relator Renato Casagrande (ES), o pessebista Antonio Carlos Valadares (SE), sempre incluído no bloco pró-Renan, teria se convertido.

Detector – Em tempo de vazamentos multimídia, aliados de Renan querem apresentar uma questão de ordem para que os senadores tenham de desligar seus celulares na sessão secreta de quarta-feira. Gravadores e câmeras digitais também seriam proibidos.

Caso perdido – Gerson Camata (PMDB-ES), que já era tido como voto anti-Renan, tomou um chá de cadeira de um assessor de Dilma Rousseff, dias atrás, e foi embora da Casa Civil sem ser atendido. Antes, na condição de coordenador da bancada capixaba, passara meses tentando, sem sucesso, marcar uma audiência com a própria ministra para tratar da obra no aeroporto de Vitória. Agora não pára mais de falar mal do governo.

Hóspede – Luiz Pagot, que há meses espera sua nomeação para o Dnit ser aprovada pelo Senado, virou uma espécie de morador da Casa. Ao vê-lo pela enésima vez na semana passada, um senador comentou: "Lá vem o Tom Hanks do filme ‘O Terminal’’’.

São Nunca – Em uma de suas rondas, quando alguém lhe perguntou quando a indicação seria votada, Pagot respondeu, cabisbaixo: "Quem sabe amanhã... Na semana que vem... Ou na próxima...".

Balão – A ministra Marta Suplicy (Turismo) é só gentileza com deputados aliados. Quando tem de negar um pedido, diz, em tom de brincadeira, que não pode pagar todas as emendas, pois seu antecessor gastou "metade do orçamento em festas juninas".

Cédula – Plano de vôo esboçado por FHC em conversa recente: Alckmin para prefeito e Serra para presidente, com Aécio de vice.

Guerra santa – Sua eventual candidatura a prefeito será anunciada só no segundo trimestre de 2008, mas, por via das dúvidas, Alckmin vai fazendo pré-campanha nas igrejas paulistanas. A cada domingo, ele assiste à missa em um bairro da periferia.

Equilibrista 1 – O acordo entre Sérgio Cabral e César Maia para que o candidato de ambos no Rio fosse Régis Fichtner, secretário de Governo, já estava avançado quando o governador avisou ao prefeito que não poderia "dispor" de seu auxiliar.

Equilibrista 2 – Lula teria vetado o acerto, no qual Fichtner trocaria o PMDB pelo DEM para concorrer à sucessão de César. Cabral, que precisa demais do Planalto, mas quer o apoio do atual prefeito para se reeleger em 2010, buscou tranqüilizá-lo dizendo que, apesar do problema com Fichtner, está "absolutamente de acordo" com a coligação em 2008.

* * * * *

Tiroteio

Do deputado Sílvio Torres (PSDB-SP), sobre a visita "de solidariedade" do ministro da Defesa a Renan Calheiros, cujo pedido de cassação será votado pelo plenário do Senado na quarta-feira:

– Nelson Jobim partiu para o ataque contra a Anac e os militares. Defesa, até agora, o ministro só exercitou com Renan Calheiros.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]