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“É interessante observar que, pela forte presença da imigração no Paraná, acabamos não dando tanta importância para a escravidão no estado. Olha-se para Curitiba como se fosse a matriz explicadora da escravidão no Paraná, o que não é verdade. Nos Campos Gerais isto é mais forte, principalmente em Palmeira e Castro” |
“É interessante observar que, pela forte presença da imigração no Paraná, acabamos não dando tanta importância para a escravidão no estado. Olha-se para Curitiba como se fosse a matriz explicadora da escravidão no Paraná, o que não é verdade. Nos Campos Gerais isto é mais forte, principalmente em Palmeira e Castro”| Foto:

Histórias de Maria, Benedita e Angélica

Maria, Benedita e Angélica são o outro foco de trabalho do historiador llton Cesar Martins, que promete publicar um novo livro apenas com as histórias delas (ainda sem previsão de data para publicação). Maria é o caso mais emblemático e conhecido de Castro. O marido dela, suspeitando uma possível traição, mata a mulher. Ele é julgado e acaba indo para o presídio de Fernando de Noronha. O mais impressionante é como a morte de Maria ocorreu: o marido a mata, pica o corpo, derrete em soda cáustica e enterra debaixo da casa. Quando comete o crime, retira da mulher as joias e as guarda dentro de uma caixinha e coloca esta caixa em cima do local onde o corpo estava enterrado. Junto também coloca o cabelo de Maria, que era comprido e liso e havia sido totalmente cortado. O problema é que dias antes da morte, Maria havia prometido a um santo de Castro que doaria os cabelos caso o marido descobrisse que não havia traição. Os cabelos seriam usados como peruca na imagem do santo, devido à devoção dela. A comunidade fica sabendo da história e, para homenager Maria, usa o cabelo dela da mesma forma.

Benedita é escrava de Castro que apronta todas pela cidade. O delegado, cansado de vê-la fazer arruaças, manda um guarda dar umas bofetadas nela. Ela acusa o delegado de abuso de autoridade e agressão corporal – este vai a julgamento e é destituído do cargo.

Já Angélica é acusada de matar os três maridos e chegou a ficar conhecida como a devoradora de maridos. "Cheguei até a história dela porque a escrava de Angélica, chamada Rita, é a responsável pelo julgamento da dona", conta Martins. Quando mata o primeiro marido, Angélica vai a julgamento e a escrava Rita fica como testemunha do caso. No júri, Rita diz que a dona é incapaz de cometer tal atrocidade. Ambas voltam para casa e Angélica comete os outros dois crimes. Em um novo julgamento, a escrava Rita fala o oposto do que havia afirmado anteriormente e diz que na primeira vez estava confusa e havia inventado certas coisas.

Pollianna Milan

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