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Atendimento no Pequeno Príncipe: hospitais de Curitiba têm demanda lenta para casos simples | Albari Rosa/Gazeta do Povo
Atendimento no Pequeno Príncipe: hospitais de Curitiba têm demanda lenta para casos simples| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Casos comuns

Entre as 11.996 cirurgias custeadas pelo Ministério da Saúde estão quatro procedimentos que aumentam a fila de espera nos hospitais de Curitiba.

Retirada de amígdala – Deve ser realizada apenas em casos indicados por médicos. É comum em crianças que sofrem com os problemas de inflamação e obstrução das vias aéreas. A retirada do órgão evita as infecções que, muitas vezes, resultam em febres altas.

Fimose – É a retirada do excesso de pele do pênis, que dificulta ou impede a exposição da glande. Um procedimento comum nas crianças e adolescentes, que permite uma melhor higienização do órgão genital e diminui o risco de infecções da glande.

Varizes – É o aumento ou a dilatação de veias dos membros inferiores, que se tornam alongadas e tortuosas. A incidência afeta mais mulheres, na proporção de 3 para 1.

A cirurgia só é realizada com indicação médica e o tempo de recuperação depende de cada paciente.

Catarata – Trata-se de um turvamento progressivo do cristalino, interferindo na absorção de luz que chega à retina e, conseqüentemente, perdendo a qualidade de visão. As pessoas acima dos 60 anos geralmente são mais acometidas pela enfermidade.

3,5 mil atendimentos

Total de crianças e adolescentes beneficiados pelo convênio municipal com o Ministério da Saúde.

Curitiba tem 27 mil cidadãos na lista dos hospitais da cidade aguardando por cirurgias simples, como retirada de amígdala, fimose ou catarata. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a média mensal de atendimentos na cidade é de 12.800 cirurgias. Ou seja, um habitante de Curitiba que necessite de um desses procedimentos precisa esperar entre dois e três meses para ser atendido, dependendo do hospital que escolha para a intervenção.

Para a vendedora Roseli Aparecida dos Santos, o tempo de espera não ultrapassou duas semanas. Seu filho, de 14 anos, teve complicações em decorrência de uma fimose. A mãe correu com o jovem para o posto de saúde e foi encaminhada ao Hospital Pequeno Príncipe. Após a consulta – realizada em 8 de agosto –, a remoção do excesso de pele (leia nesta página) foi marcada para 20 de agosto, totalizando 12 dias de espera.

Roseli alerta para que as mães não esqueçam de realizar esses procedimentos não-emergenciais em seus filhos. "A gente sabia que ele tinha o problema quando era pequeno. Mas as crianças vão crescendo e os pais se acomodam. Mesmo que seja necessário enfrentar filas, é melhor fazer essas cirurgias", diz.

Para diminuir o tempo de espera nos hospitais da capital, a prefeitura de Curitiba organiza a Campanha de Cirurgias Eletivas, contando com o apoio do Ministério da Saúde e com a meta de atender mais 11.996 pacientes em um ano. Com isso, praticamente mais mil procedimentos serão realizados a cada mês. "Há uma lista de cirurgias que o governo federal autoriza. Aos municípios, cabe elaborar um projeto, selecionando as intervenções de maior necessidade em sua região", explica Anna Paula Penteado, diretora do Centro de Controle, Avaliação e Auditoria da Secretaria Municipal de Saúde. "Nós escolhemos aquelas intervenções que gostaríamos de implementar em maior número: procedimentos em otorrinolaringologia, ginecologia (incluindo laqueadura), urologia (incluindo vasectomia) e oftalmologia. Além de outras cirurgias específicas", complementa.

Conforme a Portaria 958 do Ministério da Saúde, de 15 de maio de 2008, os beneficiados devem morar obrigatoriamente na cidade. Portanto, quem vive na região metropolitana não estará nesta nova lista.

A portaria ainda determina a quantia de R$ 2,25 por habitante para se estabelecer a verba destinada a cada cidade. Nesse caso, Curitiba tem direito a um valor de aproximadamente R$ 4 milhões por ano para investir nas cirurgias escolhidas. São cerca de R$ 330 mil mensais. A partir daí, estabelece-se o número – 11.996 – de cirurgias, seguindo os custos determinados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

As intervenções serão realizadas nos hospitais de Curitiba que estejam conveniados ao SUS. "Os procedimentos acontecerão na rede de urgência de Curitiba. Mas não se pode ocupar todos os leitos com cirurgias de menor importância. É preciso deixar espaços abertos para as urgências e atendimentos de maior complexidade", afirma Anna Paula.

Crianças

Dos 11.996 beneficiados pelas verbas federais, cerca de 3.500 são crianças e adolescentes. Entre os pequenos, os principais procedimentos são a fimose e a retirada de amígdala. Dos 2.200 procedimentos de otorrinolaringologia – especialidade médica que estuda o ouvido, o nariz e a garganta –, entre 90% e 95% estão marcados para as crianças que pretendem retirar a amígdala. E, na urologia – área da medicina que estuda o sistema reprodutor masculino –, as 1,4 mil cirurgias serão, em sua maior parte, de fimose.

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