Vinte e nove trabalhadores foram resgatados entre os dias 15 e 17 de fevereiro, durante operações realizadas no Pará e na Bahia. O grupo foi encontrado em condições similares a de escravidão.
No Pará, oito pessoas foram resgatadas em uma fazenda de criação de gado no município de São Geraldo do Araguaia. Eles tinham a função de tratorista, aplicador de agrotóxico, além de construir e reparar cercas.
O grupo ficava alojado em um galpão coletivo de madeira, que não tinha ventilação adequada. As frestas na madeira permitiam a entrada de animais peçonhentos, o que arriscava a segurança e a saúde dos alojados. No local, não havia água potável, instalações sanitárias nem energia elétrica.
Após assinar o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o responsável pagou cerca de R$ 15 mil em verbas rescisórias aos funcionários.
Na Bahia, 21 pessoas, entre elas um adolescente, foram encontradas em uma fazenda de soja no município de Barreiras. O grupo trabalhava no corte de eucalipto e morava em barracos construídos com a madeira.
Foram apreendidos seis cadernos com a contabilidade da dívida dos trabalhadores com equipamentos de trabalho, rapadura, biscoitos, produtos alimentícios, objetos de higiene, entre outros. Segundo depoimento dos trabalhadores, as refeições eram escassas para forçar o consumo no barracão. Eles não tinham água potável.
Os trabalhadores foram resgatados e os direitos rescisórios líquidos somaram mais de R$ 55 mil. A empresa pagou os 21 trabalhadores em espécie e todos os resgatados receberão seguro-desemprego. Os autos de infração estão sendo lavrados e o relatório será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho.
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