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Bacia do Rio Barigüi será revitalizada

A prefeitura de Curitiba anuncia hoje um plano de revitalização da bacia do Rio Barigüi, a maior da cidade. O evento será comandado pelo prefeito Beto Richa (PSDB) no salão de atos do Parque Barigüi. Uma das propostas do projeto, batizado de "Viva Barigüi", é unir os vários parques que protegem o Rio Barigüi ao longo da cidade. O Tanguá e o Tingüi, além do próprio Parque Barigüi, fazem parte dessa rede de proteção. Por ter diversas áreas de moradia em seu entorno, além de atividades comerciais, o Barigüi está bastante poluído. A prefeitura também está realizando a dragagem do lago do Barigüi, dentro do parque, de uma maneira diferente, usando sacos gigantes para decantação do material retirado da água. (RWG)

Qual é a ação mais importante para garantir água de qualidade para a população em anos futuros? Nas comemorações do 16.º Dia Mundial da Água, criado pela ONU em 1992, a Gazeta do Povo procurou alguns especialistas em meio ambiente para ouvir a resposta. O fato de que cada estudioso aponta uma solução diferente tem dois significados importantes: primeiro, que o tema é complexo, e não será resolvido com uma única atitude; segundo, que há muitas tarefas que precisam ser cumpridas para que os nossos filhos não enfrentem sérios problemas de falta d'água num futuro próximo.

"O principal é reduzir a demanda", afirma José Galízia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia e autor do livro A Água. Para ele, é a conscientização de cada um que vai levar a questão a um bom caminho. As dicas são as mais básicas: desde não lavar calçadas com água tratada até ter bom senso nas atividades diárias. "Hoje, há 1,8 bilhão de pessoas que têm acesso precário à água, e se não diminuirmos o consumo o problema não se resolverá", diz.

A ambientalista curitibana Teresa Urban segue por caminho contrário. Ao invés de pedir redução de consumo, ela prefere ver que haverá água para ser consumida em abundância desde que se cuide dos rios à nossa volta. "O fundamental é a recomposição da floresta", opina. Ela diz que o excesso de consumo só se torna um problema se degradamos o meio ambiente e tornamos a água um produto raro. "E no Paraná o problema das florestas é uma vergonha. Temos só 0,4% da cobertura original de araucárias e 3% do total do estado", lembra.

A contaminação dos rios por agrotóxicos e por dejetos procedentes do esgoto doméstico é a principal preocupação de Paulo Pizzi, presidente da organização não-governamental Mater Natura, com sede em Curitiba. Para ele, a indústria, embora tenha hoje uma maior participação na economia paranaense, ainda não tem uma influência do mesmo porte. "As fábricas têm problemas pontuais, aqui e ali. Já a agricultura e o esgoto são problemas crônicos", afirma.

Pizzi afirma que, no caso dos agrotóxicos, além de uma maior conscientização dos agricultores, é preciso dar a eles condições de respeitarem o ambiente. "Às vezes falta inclusive dinheiro para montar um tanque comunitário ou para estabelecer outra estratégia que reduza o problema. É preciso política de governo. A água tem que ser uma prioridade para a sociedade", diz.

Já o professor de hidrogeologia da Universidade Federal do Paraná Ernani Francisco da Rosa Filho acredita que o maior problema é existir apenas um dia da água. "Hoje, a imprensa publica matérias sobre o assunto, os políticos fazem discursos, todo mundo se lembra do problema da água. Amanhã e nos outros dias do ano, ninguém fala nada", diz. O professor afirma que um dado importante para entender o problema da água é a ausência de concursos e contratações por parte dos governos locais para a área ambiental e especificamente para cuidar da água. "Há órgãos que há quase vinte anos não fazem um concurso nesta área", lembra.

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