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Funcionários são levados para centro social

Depois de consumada a ocupação da fazenda Mestiça, o administrador da fazenda negociou com os líderes do movimento para conseguir a retirada de maquinários e veículos do local. Um acordo foi firmado e seis tratores, três plantadeiras, um trator de esteira e dois caminhões, além de pulverizadores e diversos outros implementos agrícolas foram levados para o pátio de veículos da prefeitura de Rio Branco do Ivaí. Móveis, eletrodomésticos e demais pertences das famílias dos funcionários da fazenda foram levados para o Centro Social Urbano de Rio Branco do Ivaí.

A agropecuarista Maria Antonieta de Junqueira Neto Cordeiro, donda da propriedade, não foi encontrada ontem para falar a respeito da ocupação. Os líderes sem-terra José Damasceno e Ireno Prochnov, ambos da coordenação estadual do MST, estavam na noite de ontem em reunião, organizando o novo acampamento da fazenda Mestiça. A esposa de Prochnov disse que eles não poderiam atender a ligação da reportagem. O superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda, informou ontem à noite que não tinha notícia da ocupação desta área. Ele estava em casa e não soube dizer se a fazenda é produtiva ou não.

Apucarana – Um grupo de aproximadamente 2 mil pessoas, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), ocupou na madrugada do último sábado, a fazenda Mestiça, em Rio Branco do Ivaí, na Região Centro-Norte do Estado. A propriedade da agropecuarista Maria Antonieta de Junqueira Neto Cordeiro, residente em São Paulo (capital), tem 1.238 alqueires de área, com 400 alqueires destinados a culturas de milho, soja e feijão, e o restante para pecuária de corte. O número de bovinos na área não foi informado.

Na invasão da fazenda, por volta das 5 horas, os sem-terra teriam usado de truculência contra 15 famílias de funcionários da fazenda. O administrador da propriedade, Mauro Gabriel Vilela, disse ao prefeito de Rio Branco do Ivaí, Pedro Taborda Desplanches (PMDB), que os sem-terra estavam armados – inclusive de carabinas – e que chegaram a derrubar a porta se sua casa e a de outros funcionários. "O Vilela me contou que houve saque de óleo diesel, adubo, alimentos e até arreios de cavalos", disse o prefeito.

Apesar da tensão provocada pelos sem-terra, não houve confronto com os funcionários. A Polícia Militar foi acionada por vizinhos e compareceu ao local, mas apenas acompanhou tudo à distância. O comandante da 2.ª Companhia da PM de Ivaiporã, capitão José Francisco Cardoso, aguardava ontem orientação do comando do 10.º Batalhão da Polícia Militar, em Apucarana, e da Secretaria de Estado da Segurança Pública para a adoção de qualquer medida.

Ainda no sábado, os sem-terra oriundos de acampamentos nas cidades de Manoel Ribas, Pitanga e Jardim Alegre começaram a montar barracas entre a sede e a porteira principal da fazenda.

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