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Leia no Blog Vida e Cidadania os relatos dos repórteres Bruna Maestri Walter e Jonathan Campos, enviados da Gazeta do Povo ao Nordeste

Falta de telefone e documentos atrapalha ajuda

A ausência de rede de telefonia fixa e a identificação de pessoas que perderam seus documentos são as principais dificuldades enfrentadas pela força-tarefa montada pelo governo federal para apoiar as vítimas das chuvas em Alagoas e em Pernambuco. As chuvas das últimas semanas causaram 57 mortes.

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Homem junta tijolos para túmulo

Há meses, o aposentado José Antônio da Silva, 47 anos, morador de União dos Palmares (AL), quer fazer um túmulo maior para a mãe, que morreu em julho de 2009.

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Recife - Levantamento parcial da Secretaria de Educação de Pernambuco mostra que 12 escolas estaduais e municipais foram destruídas e outras 62 ficaram danificadas, afetando pelo menos 45 mil alunos na área mais castigada pelas chuvas e enchentes no estado. Somente em Água Preta, na Zona da Mata, 14 escolas municipais foram atingidas pelas águas: quatro foram totalmente destruídas, quatro parcialmente destruídas e seis danificadas.Pelo menos 3,5 mil alunos estão sem sala de aula. "Nós vamos dar um jeito, não vamos deixar estas crianças sem estudo e sem merenda", afirmou a secretária municipal de Educação, Albertina Melo, ao frisar que no atual quadro de tragédia que vive o município, a escola funciona como um porto seguro, capaz de dar estabilidade e também apoio e alimentação para as crianças.

Ela aponta três possibilidades emergenciais que poderão ser adotadas depois de discussão com a prefeitura: adoção de um horário intermediário (reduzido para três horas) nas escolas não atingidas, que poderiam ceder suas salas para parte dos que ficaram sem sala de aula; fazer – temporariamente – do clube municipal uma grande escola; e construir escolas modulares, pré-fabricadas.

Segundo a secretária executiva de Educação de Pernambuco, Margareth Zaponi, o número de alunos prejudicados deverá crescer muito, quando for regularizada a comunicação com os 39 municípios mais afetados – 12 estão em situação de calamidade pública (caso de Água Preta) e 27 em estado de emergência. Das 195 escolas estaduais da região alvo das enchentes, 50 foram atingidas – sete destruídas e 43 danificadas –, prejudicando 38 mil alunos.

Margareth diz que, se o tempo não provocar mais tragédias, o ano letivo não será estendido para 2011. Sua preocupação maior é com as cidades que tiveram escolas completamente destruídas. "Tere­mos de esperar a demarcação da nova parte da cidade a ser construída para identificar onde ficará a escola, para só então as obras se­­rem iniciadas", observou. Se­­gun­do ela, sem chuva é possível cons­­truir galpões pré-fabricados para atender os alunos enquanto as novas escolas não ficam prontas.

As defesas civis e o Corpo de Bom­­beiros dos estados de Alagoas e Pernambuco informaram ontem que os níveis dos rios Jacuípe e Mundaú estão baixando, depois das chuvas dos últimos dias, mas não há previsão de quando devem voltar ao normal.

Leptospirose

Duas semanas após a enchente que devastou a região cortada pelo Rio Mundaú, em Alagoas, unidades de saúde se preparam para um possível surto das "doenças da chuva" – leptospirose, febre tifoide, dengue e cólera. Ao menos seis casos suspeitos de leptospirose, doença contraída pelo contato com a urina do rato, já foram registrados em Murici e União dos Palmares. O médico Luiz Gustavo Cury Cardo­so, que atua no hospital de campanha de Branquinha, onde dois postos de saúde da família foram destruídos, diz que moradores são atendidos em uma tenda de lona e recebem tratamento em um contêiner com ar-condicionado. Em média, 80 pessoas passam todos os dias ali. Dez, diz o médico, apresentam doenças gastrointestinais, consequência das inundações.

Em Murici, os 12 leitos de pediatria do hospital municipal Dago­berto Uchôa estão lotados. Crian­ças com diarreia e suspeita de dengue são atendidas por servidores que também perderam as casas.

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