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Baldes no chão da prefeitura: telhado ainda não foi consertado | César Machado/Agrostock
Baldes no chão da prefeitura: telhado ainda não foi consertado| Foto: César Machado/Agrostock

Meio ambiente

Restos de telha de amianto preocupam as autoridades públicas

O temporal de granizo que atingiu Corbélia causou ainda um problema ambiental. O município não sabe o que fazer com cerca de mil toneladas de telhas de amianto quebradas que foram trocadas das residências. O material é prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana. Andando pela cidade é comum encontrar entulhos de amianto em frente às casas. Um depósito foi improvisado na entrada do município para receber o material. Diariamente, vários carregamentos de telhas são colocados no local. O trabalho tem ajuda de caminhões das prefeituras de Iguatu, Anahy e Braganey.

O Ministério Público quer uma solução para evitar que o material contamine o meio ambiente. A promotoria instaurou um procedimento para fiscalizar o descarte do amianto e enviou um ofício à prefeitura solicitando informações. O prefeito Ivanor Bernardi disse que entrou em contato com uma fabricante do material para que eles recolhessem o entulho, mas a resposta foi negativa, já que são várias empresas que trabalham na fabricação de telhas de amianto.

Agora, segundo ele, a prefeitura tenta firmar uma parceria com o Instituto Crisotila, de Goiânia, especializado em recolher esse tipo de material, mas ainda não obteve resposta. Bernardi afirma que não tem condições financeiras de comprar uma área de terra para fazer o descarte adequadamente. Segundo o prefeito, seria necessária a aquisição de uma lona especial para aterrar o material e o custo total chegaria próximo a R$ 1 milhão.

  • Entulho de amianto virou preocupação ambiental em Corbélia

Dois meses após um temporal de granizo que destelhou 3 mil imóveis, a cidade de Corbélia, no Oeste do Paraná, ainda não se recuperou dos prejuízos causados no dia 20 de setembro. Os telhados de cerca de 300 residências e prédios públicos, entre eles a prefeitura, continuam cobertos com lona. O decreto de situação de emergência, que deveria agilizar o repasse de recursos do governo federal, na prática não funcionou. A liberação da primeira parcela, no valor de R$ 575 mil, só foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 18, quase 60 dias depois. "Esse valor seria emergencial, teria que ser liberado na semana seguinte", afirma o prefeito Ivanor Bernardi (PSD).

Parte do telhado do prédio da prefeitura ainda não foi consertado. Na quarta-feira passada, um dia chuvoso na região, os funcionários tiveram de arredar mesas e espalhar baldes para evitar que a água das goteiras molhasse documentos e o chão. O prefeito diz que priorizou o atendimento às famílias, por isso os reparos na prefeitura ainda não foram feitos.

Por outro lado, o decreto de situação de emergência liberou o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos trabalhadores da cidade. A Caixa Econômica Federal autorizou o saque de aproximadamente R$ 9 milhões. "Quando a Caixa começou a pagar foi um alívio porque diminuiu o número de pessoas procurando ajuda", relata Bernardi.

Voluntários

A situação desesperadora de muitos afetados pela chuva, que não tinham como reconstruir suas casas, despertou o espírito de voluntariado de muitas pessoas. As amigas Odete Maria Favretto e Rosmari Piovesan iniciaram uma campanha de apoio às vítimas. Elas contaram com apoio do pároco local, que anunciou a campanha nas missas, enquanto as duas ficavam na porta da igreja pedindo a ajuda. Os moradores se sensibilizaram e passaram a doar dinheiro, telhas e outros donativos. Elas já ajudaram a reconstruir o telhado de aproximadamente 40 casas.

Já o proprietário de uma loteadora da cidade doou um lote para o grupo de voluntários. Uma rifa está sendo vendida para arrecadar fundos e auxiliar outras pessoas. O ganhador da rifa ficará com o terreno doado.

A residência da dona de casa Darci Carminate da Silva estava prestes a cair após o temporal. Quando chegaram ao local, os voluntários descobriram que era impossível fazer reparos e decidiram construir uma casa nova, que já está em processo bem adiantado. "A casa tinha sido feita com madeira usada e com a chuva entortou, corria o risco de cair", conta Darci.

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