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A maior parte das pessoas presas ou apreendidas em Londrina (Norte do Paraná), entre 1º de janeiro e 15 de abril, tem até 25 anos. Segundo levantamento realizado pela Polícia Civil, das 717 prisões e apreensões feitas no período, 489 (68,2%) são de pessoas nesta faixa etária. Entre eles, 206 (28,7%) ainda não atingiram a maioridade penal, tendo entre 12 e 17 anos.

Dos 183 presos por roubo, 164 (89,6%) têm menos de 25 anos, entre os quais 67 são menores. Apenas 10% dos presos por roubo têm mais de 25 anos: em 13 roubos o criminoso preso tinha entre 26 e 35 anos e em 6 casos a idade era superior a 36 anos.

Os jovens também dominam as ocorrências de tráficos de drogas, (correspondem a 86,5% de 67 presos), posse ilegal de arma (são 85% de 79 presos), homicídio (são 80% de 20 presos) e furto (68% de 140 casos). Do total de pessoas presas em Londrina até a data da conclusão do levantamento, 46,3% cometeram crime contra o patrimônio – furto e roubo. A maioria, 80%, tem menos de 25 anos.

"Esse levantamento foi feito para acompanharmos o perfil do criminoso. São adolescentes e jovens que roubam, matam e estão na criminalidade, isso traz grande preocupação. A função da Polícia Civil é investigar e prender, mas nos perguntamos o que fazer para tirar esses jovens da criminalidade. Prender só não basta", analisou o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso.

Na sua avaliação, a polícia atua na conseqüência de um fato, que é a criminalidade. A solução do problema da violência, segundo ele, passa por investimentos na área social - habitação, educação, saúde. "Não é um trabalho a curto prazo, mas alguém tem que fazer. Eles, adolescentes e jovens que se tornaram criminosos, não tiveram noção de valor moral, estão se tornando pais cada vez mais cedo. Eu me pergunto: se não receberam orientação, o que têm a oferecer aos filhos?", questionou o delegado.

Embora não haja um levantamento recente a respeito, Barroso afirma que a maior parte dos jovens que furtam e roubam o fazem para comprar drogas. Na maior parte dos casos, o bem subtraído é colocado à venda. O delegado-chefe chama a atenção para um aspecto da parcela de responsabilidade do cidadão comum. "Quem compra um toca CD, por exemplo, por um valor 20% menor do que o de mercado, tem a obrigação de desconfiar. É receptação culposa, e quem compra produto de furto e roubo alimenta o crime", alertou.

Verificando a escolaridade

A Polícia Civil está elaborando um outro levantamento para descobrir qual é o nível de escolaridade da população carcerária londrinense. Estão presas ou aprendidas (menores) em Londrina 1.817 pessoas. O levantamento foi feito antes da inauguração do Centro de Detenção e Ressocialização de Londrina (CDR), dia 27 de abril, e foram somados os presos da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL), distritos policiais, Casa de Custódia, Educandário e Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciaadi). "O objetivo é ter argumentos para cobrar ações preventivas de órgãos municipais, estaduais e federais", afirmou o delegado Sérgio Barroso.

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