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Estação-tubo Santa Regina, na Avenida Winston Churchill, onde será construída uma estação do metrô curitibano: obras estão previstas para começar no segundo semestre de 2012 | Fotos: Antônio More/ Gazeta do Povo
Estação-tubo Santa Regina, na Avenida Winston Churchill, onde será construída uma estação do metrô curitibano: obras estão previstas para começar no segundo semestre de 2012| Foto: Fotos: Antônio More/ Gazeta do Povo

Capital Político

População credita obra a Beto Richa

Quase 40% dos curitibanos consideram o governador Beto Richa (PSDB), ex-prefeito de Curitiba, o principal responsável pela viabilização do metrô, segundo a Paraná Pesquisas. Em seguida, aparece a presidente Dilma Rousseff (PT), com 22% das citações, e o prefeito Luciano Ducci (PSB), com 11%. O deputado federal Ratinho Junior (PSC) e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT) també são citados, com 9% cada.

O valor total da obra é de R$ 2,25 bilhões. Deste montante, R$ 1 bilhão (45%) será repassado pela União e R$ 300 milhões (13%) pelo governo do estado – ambos a fundo perdido, ou seja, sem a necessidade de quitação. Os demais R$ 950 milhões (42%) ficarão a cargo da prefeitura.

O governo do estado vai emprestar integralmente sua parte da União e transferir para o município. A prefeitura vai seguir, em parte, o mesmo caminho. A intenção é emprestar R$ 450 milhões do BNDES e obter os R$ 500 milhões restantes por meio de uma parceria público-privada (PPP).

A implantação do metrô em Curitiba conta com ampla aprovação entre os habitantes. É o que revela levantamento realizado pela Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo. Cerca de 80% dos entrevistados acreditam que o novo modal será bom para a cidade. Além disso, 69% veem no metrô a melhor solução para melhorar o sistema de transporte público.A construção da linha azul do metrô, conectando a Cidade Industrial de Curitiba (CIC) ao Centro, está prevista para iniciar no segundo semestre de 2012, com previsão de término para 2016. A discussão sobre a implantação desse modelo, porém, se estendeu ao longo de uma década, período em que vários projetos foram apresentados.

Para especialistas em trânsito, as características positivas atribuídas ao sistema de metrô foram fundamentais para formar um bom conceito entre a população, ainda que a experiência com esse meio de transporte seja inédita na cidade e para a maioria da população curitibana. "A percepção em relação ao metrô é de que se trata de um transporte confiável, que oferece um conforto e uma comodidade que não são encontrados na rede de ônibus", opina Orlando Pinto Ribeiro, coordenador do curso de Arquitetura e Urba­­nismo da Universidade Positivo.

Para Ribeiro, o sistema será mais convidativo a pessoas que atualmente optam pelo automóvel. "O metrô é um meio de transporte que tem aceitação pacífica por todas as classes sociais. Com ele, é possível fazer planejamentos de horário de saída e chegada, além de oferecer uma segurança maior em relação a acidentes", avalia.

Carlos Hardt, coordenador do curso de Arquitetura e Urba­­nis­­mo da Pontifícia Universi­­dade Católica do Paraná (PUCPR), relaciona a alta aprovação popular ao metrô à cultura de inovação que a população costuma exigir das políticas públicas. "Embora não seja uma invenção nova, o metrô representa uma novidade na paisagem urbana de Curitiba", lembra.

Sobre a possibilidade de solucionar os problemas de deslocamento na capital, Hardt acredita que o anúncio de uma grande obra de infraestrutura é capaz de gerar expectativas positivas na população. "Ao apresentar a alternativa, a esperança das pessoas é que a solução seja definitiva. Mas sabemos que os problemas de transporte público são resolvidos com uma série de políticas. Não é uma linha de metrô isolada que vai suprir a demanda", pondera.

Tarifa

Na mesma pesquisa, os curitibanos demonstraram não estar dispostos a pagar uma tarifa mais cara que a do ônibus para andar de metrô. Apenas 25% dos entrevistados aceitariam um preço de passagem maior, ante 68% contrários à diferenciação. Segundo o prefeito Luciano Ducci, o valor da tarifa do metrô será o mesmo da rede de ônibus e a linha azul fará parte da Rede Integrada de Transporte (RIT), possibilitando conexões entre os dois modais.

O preço final da tarifa, po­­rém, não terá subsídios públicos. Um contrassenso, segundo Ribeiro: "Este é um sistema que sempre tem custo muito elevado e no mundo inteiro é subsidiado, porque os ganhos em eficiência valem a pena", destaca.

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