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Definitivamente humorista é um bicho complicado. Não é que, no meio da alegria e da festa de milhares de torcedores que se acotovelam pelas ruas e estádios da Alemanha, o Bussunda resolveu pegar a contra-mão e nos pregar uma peça?

Lamentável, sem dúvida, mas não inesperado. Quem faz humor parte – consciente ou inconscientemente – do saudável pressuposto de que é preciso frustrar a expectativa. Sempre. Ou seja, quando a conversa é séria, deve se fazer exatamente o contrário. Como a maioria torce para o mocinho, a ordem é ir ao cinema torcer pro bandido. Ou pelo touro em uma arena.

Isso em todas as circunstâncias e momentos, inclusive no local de trabalho. Sim, o trabalho é uma forma de alegrar o espírito.

Muita gente recrimina tal comportamento. Não têm – ou perderam – o senso de humor. Ora, o bom humor é fundamental. Inclusive existe um livro – O Humor na Bíblia, do professor de filosofia Luiz Jean Lauand – que corrobora isso plenamente.

Imagino que o maior desejo do humorista é, quando embarcar, passando para o outro lado, encontrar vida. Já pensou quanta piada isso renderia? Não tanto no inferno (o demo deve ser um urtigão), mas no céu, onde as coisas devem ser extremamente sérias, bem-comportadas, circunspectas, tudo em meio a nuvens.

–Mil perdões, Senhor, mas não tive tempo de tomar banho, fazer a barba e colocar gravata. Nem de tomar a saideira com os amigos no bar da esquina...

E arriscar uma provocaçãozinha:

–O que o Senhor acha, vai dar Brasil? O quê, Argentina? Vade retro!

Esses humoristas são terríveis, não é mesmo?

Ainda bem, porque brincando eles ajudam a levar a vida como deve ser vivida.

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