Definitivamente humorista é um bicho complicado. Não é que, no meio da alegria e da festa de milhares de torcedores que se acotovelam pelas ruas e estádios da Alemanha, o Bussunda resolveu pegar a contra-mão e nos pregar uma peça?
Lamentável, sem dúvida, mas não inesperado. Quem faz humor parte consciente ou inconscientemente do saudável pressuposto de que é preciso frustrar a expectativa. Sempre. Ou seja, quando a conversa é séria, deve se fazer exatamente o contrário. Como a maioria torce para o mocinho, a ordem é ir ao cinema torcer pro bandido. Ou pelo touro em uma arena.
Isso em todas as circunstâncias e momentos, inclusive no local de trabalho. Sim, o trabalho é uma forma de alegrar o espírito.
Muita gente recrimina tal comportamento. Não têm ou perderam o senso de humor. Ora, o bom humor é fundamental. Inclusive existe um livro O Humor na Bíblia, do professor de filosofia Luiz Jean Lauand que corrobora isso plenamente.
Imagino que o maior desejo do humorista é, quando embarcar, passando para o outro lado, encontrar vida. Já pensou quanta piada isso renderia? Não tanto no inferno (o demo deve ser um urtigão), mas no céu, onde as coisas devem ser extremamente sérias, bem-comportadas, circunspectas, tudo em meio a nuvens.
Mil perdões, Senhor, mas não tive tempo de tomar banho, fazer a barba e colocar gravata. Nem de tomar a saideira com os amigos no bar da esquina...
E arriscar uma provocaçãozinha:
O que o Senhor acha, vai dar Brasil? O quê, Argentina? Vade retro!
Esses humoristas são terríveis, não é mesmo?
Ainda bem, porque brincando eles ajudam a levar a vida como deve ser vivida.
- Bussunda morre na Alemanha
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Em jogo ousado, Lula blinda ministros do PT e limita espaços do Centrão no governo
Proposta do Código Civil chega nesta quarta ao Senado trazendo riscos sociais e jurídicos
Método de aborto que CFM baniu é usado em corredor da morte e eutanásia de animais
Anteprojeto do novo Código Civil será apresentado no Senado nesta semana
ONGs do movimento negro pedem indenizações cada vez mais altas em processos judiciais