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A reportagem da Gazeta do Povo encontrou Diego na Casa de Recuperação Nova Vida (Crenvi), no bairro Hugo Lange, uma das unidades que poderão ser parceiras do governo federal na recuperação dos usuários de drogas.

Segundo Janine Massolin, presidente da Crenvi, a entidade tem um projeto audacioso, o "Recomeçar os Sonhos". Ele será desenvolvido numa chácara em Santa Felicidade, onde a entidade vai oferecer cursos profissionalizantes como parte da reinserção social dos usuários. "A idéia é ter um local com condições para prepará-los para a vida na sociedade", disse Janine.

A casa na cidade é um local de passagem, onde crianças, adolescentes e adultos, do sexo masculino, passam as primeiras crises de abstinência – durante 60 dias. Depois eles são levados para a chácara. No período de internamento, eles têm atividades diárias, das 7 às 22 horas, alimentação balanceada, psicoterapias individuais e em grupo, lazer, entre outras atividades. A Crenvi foi criada há cerca de 30 anos e já atendeu cerca de 5 mil dependentes químicos e orientou cerca de 15 mil famílias.

Esperança

As "aulas musicais" do pastor Flávio Almeida Lemos encantam as mulheres da Casa de Recuperação Água da Vida (Cravi), unidade feminina da Boa Vista. Lá estão doze mulheres, com idade entre 18 e 47 anos. A maioria está ali por causa do crack.

Michele (nome fictício), 21 anos, começou a fumar maconha aos 13 anos e passou os últimos meses se prostituindo e fumando crack numa boate. Por causa do vício ela deixou para trás o ex-marido e a filha de 1 ano e sete meses.

Nas ruas, as histórias são ainda mais tristes, como as de Nazaré (nome fictício), com 25 anos. "Eu já roubei, matei, fiz tudo". Usuária de maconha desde os 10 anos, ela cometeu dois latrocícios, foi presa, mas nem passou pela delegacia. "Nada que R$ 10 mil não resolvessem. Dei R$ 5 mil para cada policial e nem bati piano (referindo-se às impressões digitais tiradas na delegacia)", diz. Ela fuma crack há oito anos, mas garante que quer procurar ajuda. (JNB)

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