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Curitiba nem está entre as cidades mais violentas do Brasil, mas seus traficantes têm se colocado entre os mais temidos. Só no ano passado houve 13 casos de mutilações na capital e em outras cinco cidades sob sua influência direta. A série de execuções à moda medieval teve início em 6 de janeiro. Douglas dos Santos Nascimento, 16 anos, foi espancado e arrastado pelos becos da Vila Tripa, no bairro Umbará, até perder o couro cabeludo, teve a cabeça esmagada com uma pedra e o corpo jogado numa valeta.

Dia 11 de fevereiro, Maurício Jonson, 29 anos, viciado em crack, foi assassinado em casa com uma facada no pescoço, na cidade de Almirante Tamandaré. O corpo foi incinerado num forno. Em março, Vanessa da Silva, 18 anos, foi entregue pelo amásio a traficantes como forma de pagamento por uma dívida de R$ 3 mil. Os criminosos cortaram os cabelos dela, a espancaram, escreveram com faca nas costas X9 (alcagueta) e "casinha", e depois a enforcaram em uma árvore, na zona rural de São José dos Pinhais. Ela tinha um filho de 4 anos.

Em 6 de abril, Ednilson Vanderlei Salata, 39 anos, deficiente físico e usuário de crack, teve a cabeça arrancada e deixada à mostra na Vila Leonice, em Curitiba. No dia seguinte, também na capital, Marcelo José Godoy, 28 anos, foi torturado e morto no bairro Cidade Industrial com uma cinta amarrada no pescoço, a cabeça enterrada numa valeta e galhos de árvore introduzidos no ânus. Em maio, um rapaz foi torturado, assassinado com dois tiros na cabeça e teve o corpo parcialmente queimado num matagal, na cidade de Pinhais.

No dia 6 de junho, Rafael Ricardo de Carvalho, 20 anos, foi executado porque estava consumindo a droga que deveria vender, em Curitiba. Foi morto a tiros e teve o crânio esmagado com um bloco de concreto. No dia seguinte, o mesmo grupo matou outro endividado por drogas na capital, Jorge Luiz de Souza, 45 anos, com 14 facadas. Ele teve o pênis cortado.

Em junho, em Piraquara, o ex-presidiário Paulo César Roque Machado, 21 anos, foi amarrado pelo pescoço a uma motocicleta e arrastado até morrer. Na madrugada de 18 de julho, um adolescente teve a cabeça arrancada e o corpo enrolado num cobertor numa casa em chamas na Vila Centenário, no Cajuru, em Curitiba. Ele fumava crack com um amigo na casa até momentos antes do crime.

No dia 22 de julho, a mesma quadrilha que executou Marcelo, Rafael e Jorge também matou a tiros Josimar Diego de Lima, 22 anos, por dívida de droga. No mesmo dia, na vizinha Colombo, a cabeça de Silvana Mizael, de 18 anos, foi encontrada dentro de uma sacola de supermercado perto da casa dela. O corpo estava num matagal. Ela era viciada desde os 13 anos e tinha dívidas com o tráfico.

No dia 15 de agosto, um homem foi encontrado mutilado em Almirante Tamandaré, na zona rural. A cabeça, o dedo mínimo e o pênis foram decepados. As vísceras, arrancadas, estavam expostas. Tinha a inscrição "X 9" nas costas e nas nádegas.

Em agosto, a polícia de Curitiba prendeu a quadrilha que mutilou Marcelo, Rafael, Jorge e Josimar. O grupo, comandado por Solange "Sola" de Souza Alves, 49 anos, e o sobrinho Jéfferson "Jeff" Souza Alves, tinha mais três integrantes. (MK)

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