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Em Jaguariaíva, no Norte Pioneiro, todos os homicídios ocorridos em 2006 foram solucionados. O número ajuda – foram três mortes no ano –, mas há outros fatores que colaboram. Segundo o delegado Gumercindo Athayde, a polícia está mais perto da população nos municípios do interior e conquista mais facilmente a confiança das testemunhas. Ele fala com a experiência de quem já atuou em Curitiba e conhece a diferença. "Em cidade grande a polícia é temida, nas menores é respeitada", diz.

Outro fator que ajuda a polícia é a máxima de que em cidade do interior "todo mundo conhece todo mundo". Não chega a ser literal num caso como o de Jaguariaíva, que tem 33,8 mil habitantes, mas a probabilidade das testemunhas reconhecerem o agressor é bem maior. Esse aspecto só é positivo quando o criminoso não é alguém afamado, pelas posses ou pelo medo que impõe. Aí, o receio de represália aumenta desproporcionalmente e os informantes somem.

Os três assassinatos de 2006 não exigiram esforços extraordinários de investigação: um foi na saída de um baile, em público; outro foi um tio que matou o sobrinho durante uma bebedeira e o terceiro foi uma briga de rua, onde dois jovens queriam dar uma surra num desafeto e acabaram matando-o a golpes de ripa de cerca. Só há um investigador para apurar todo tipo de crime e ele ainda precisa atuar como carcereiro. Se precisar de recursos técnicos, o delegado terá de acionar o Instituto de Criminalística de Ponta Grossa, a 115 quilômetros. (KB)

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