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Fust compensa empresas telefônicas por investimentos

O Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações foi instituído pela Lei 9.998/00, com o objetivo de proporcionar recursos para compensar as empresas privadas de telefonia pelo investimento que elas fazem levando serviços como telefone e internet a locais onde não existe demanda suficiente. Cabe ao Ministério das Comunicações formular as políticas, as diretrizes gerais e as prioridades que orientarão as aplicações do Fust e definir os programas, projetos e atividades financiados com recursos do fundo.

Hora marcada para aproveitar conexão

O Colégio Estadual Nirlei Medeiros, no Campo do Santana, dispõe de 32 computadores com conexão banda larga. Os alunos, porém, reclamam que o uso é restrito. "Eles só deixam professores e funcionários usarem. Nós temos de gastar e procurar uma lan house para fazer as pesquisas para os trabalhos", diz Ângelo (nome fictício), 13 anos.

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Sem banda larga

No Distrito de Açungui, em Rio Branco do Sul, onde está localizado o Colégio Estadual José Elias, a tevê pega apenas se tiver parabólica; rádio, só de Ponta Grossa; e, para conseguir um sinal de celular, só na "lomba" mesmo! A própria escola não dispõe de telefone fixo.

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Com banda larga

Em média uma vez por semana, os cerca de 600 estudantes do Colégio Estadual Olavo del Claro, no São Braz, em Curitiba, têm aulas no laboratório de informática, que conta com banda larga por fibra óptica da Copel, com 10 Mbps.

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O olhar vidrado não engana. Trata-se de uma aula ministrada no laboratório de informática. O interesse – até mesmo daqueles considerados desinteressados – é explicado pela associação computador/internet. "Eles adoram. É uma ferramenta que atrai, gera uma expectativa. Eles saem do cotidiano, ficam ansiosos por isso", afirma a pedagoga do Colé­gio Estadual Olavo Del Claro, Silene Mafezoli.

Para o gerente de programas educacionais da Intel, Fábio Tagnin, o acesso à internet permite que o aluno tenha à sua disposição informações atualizadas e a possibilidade de ir mais a fundo. "Complementa o trabalho da sala de aula", diz. De acordo com ele, o uso da ferramenta traz uma mudança na dinâmica educacional. "O professor passa a ser um facilitador. A criança passa a construir seu aprendizado sozinha, com a ajuda dos colegas e dos professores", explica.

O acesso à internet nas escolas públicas brasileiras, principalmente por banda larga, já é uma realidade em quase todo o país. O programa Banda Larga nas Es­­colas, do Ministério da Edu­cação (MEC), conectou 40% das escolas urbanas até 2008, outras 40% em 2009, e as 20% restantes serão atendidas ainda neste ano. No total serão 64,8 mil escolas conectadas até o fim de 2010, e em 44.237 o serviço já chegou, beneficiando 24,8 milhões de estudantes, cerca de 60% da população escolar. Até o fim do ano, 86% dos estudantes brasileiros de escolas urbanas serão contemplados.

Um projeto em trâmite no Con­gresso Nacional deve ajudar a am­­pliar ainda mais a oferta. O Projeto de Lei 1.481/2007 torna obrigatória, até o fim de 2013, a disponibilidade de acesso à banda larga para todas as escolas brasileiras públicas e particulares – as públicas poderão contar com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Isso significa também que, caso o projeto seja aprovado, ajudará a levar banda larga para escolas em localidades que não dispõem de infraestrutura para instalação do sistema que permite navegar com velocidade maior na internet. Hoje, as escolas rurais costumam ser atendidas por internet com uma conexão mais lenta, via satélite.

No Paraná, o programa Banda Larga do governo federal já chegou a 3.166 instituições de ensino superior urbanas, sendo 1.323 estaduais, 14 federais e 1.829 mu­­nicipais. Em parte das escolas estaduais beneficiadas pelo programa, porém, preferiu-se adotar a banda larga por meio da fibra óptica. Das 2,1 mil escolas estaduais paranaenses, 1,3 mil estão conectadas à internet banda larga via fibra óptica e outras 500 via ADSL, pelo programa do MEC. A banda larga não chega ainda a 300 escolas estaduais, que estão conectadas à internet por rádio via satélite.

Infraestrutura

De acordo com a diretora de tecnologia educacional da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Eli­zabeth dos Santos, só não estão conectadas à internet banda larga as escolas estaduais localizadas em regiões onde não existe ainda infraestrutura para a implantação desse sistema. "São locais aonde a telefonia e a conexão privada não chegam", explica.

Tagnin lembra que, de acordo com estudos, a banda e, consequentemente, a velocidade de conexão à internet fazem toda a diferença na hora de usar esse instrumento na educação. "A velocidade lenta traz uma experiência ruim para o aluno, sem contar que a qualidade de acesso inviabiliza a utilização de vídeos e simulações", afirma. Elizabeth concorda. "A qualidade de acesso aos conteúdos está vinculada diretamente ao tamanho da banda", diz. "Banda larga deveria ser tão normal quanto a água que sai da torneira", conclui Tagnin.

Segundo Tagnin, a experiência mostra que a ampliação de oferta de banda larga tem correlação direta com o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), pois aumenta empregos, o empreendedorismo e abre espaço para a criatividade. E essa ampliação, acrescenta o gerente da Intel, costuma começar na educação. "A primeira coisa é conectar as escolas. A educação é ponto primordial. Em seguida, conectam-se os órgãos públicos que prestam serviço à população. Essa disponibilidade acaba gerando demanda", diz.

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