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“Cuido de minha neta porque minha filha teve ela muito jovem e, como trabalha, nem sempre pode estar presente na escola. Acho que comemorar a família é correto porque não causa sofrimento à criança.”Marta Aparecida Silva, avó-mãe de uma menina de 4 anos | Albari Rosa/Gazeta do Povo
“Cuido de minha neta porque minha filha teve ela muito jovem e, como trabalha, nem sempre pode estar presente na escola. Acho que comemorar a família é correto porque não causa sofrimento à criança.”Marta Aparecida Silva, avó-mãe de uma menina de 4 anos| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O formato atual de boa parte da família brasileira não obedece mais o modelo clássico. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2003, 47% dos domicílios já tinham apenas a figura de um dos pais. Dentro deste contexto, adaptar a escola à nova realidade familiar virou uma necessidade, que tem seus reflexos mais nítidos observados em datas como o Dia das Mães. Avós que fazem as vezes de mães, pais que criam os filhos sozinhos, casais homossexuais que adotaram uma criança. Afinal, quem será a pessoa homenageada nesta data?

Para acabar com a dúvida, uma prática cada vez mais comum nas escolas é a festa da família.Tudo acontece como a tradicional festa das mães: tem apresentações e lembrancinhas. O que muda é o foco da pessoa homenageada. "Temos crianças que moram só com o pai ou outras que não têm um contato frequente com a mãe. Para não fazer com que o aluno se sinta diferente dos outros, reunimos todas as pessoas que são importantes para ele", explica a professora Sandra Hoffmann, coordenadora e orientadora de Ensino Fundamental das Escolas Positivo.

Este foi o primeiro ano em que as Escolas Positivo adotaram o dia da família. A experiência, segundo Sandra, foi bem recebida. "Este tipo de atividade não pode deixar de ser feita porque é importante mostrar aos pequenos que existe alguém especial na vida deles, seja avó, tia, madrinha, pai ou mãe", diz. Como a família é o primeiro contato, é o agente socializador, Sandra lembra que é preciso trabalhar o respeito com as crianças, para que elas mantenham sempre este tipo de afeto com quem cuida delas.

Na escola Terra Firme, na última sexta-feira, a comemoração do Dia as Mães foi uma brincadeira lúdica que envolvia as crianças e as pessoas que elas escolheram para levar à festa. "É um momento alegre. Não dá para esconder dos alunos que é o Dia das Mães, até porque a própria mídia divulga isso o tempo inteiro. Por isso dizemos a elas que a festa na escola é da família e que elas devem trazer quem desejarem. Não pretendemos desmerecer as mães, mas incentivar a criança a encontrar amor nas outras figuras parentais", afirma a diretora-pedagógica da escola, Sandra Cornelsen.

No convite da escola Terra Firme, a família é chamada a participar de um dia especial na escola: aos pais há a observação de que se a mãe não pode vir, que possa comparecer aquela pessoa que desempenha esse papel. Marta Aparecida Silva, que é avó-mãe de uma menina de 4 anos, elogia a iniciativa de alguns colégios. "Cuido de minha neta porque minha filha teve ela muito jovem e, como trabalha, nem sempre pode estar presente na escola. Acho que comemorar a família é correto porque não causa sofrimento à criança", diz.

Marcos Maranhão, que é pai de três meninos, conta que já teve de ir diversas vezes à festa do Dia das Mães, sem constrangimentos, porque na verdade era a festa da família. "Sou divorciado e minha ex-mulher (mãe de dois dos filhos) também trabalha. Quando ela não pode, eu vou, e vice-versa. Como temos a guarda compartilhada, essa relação é bastante tranquila", conta Maranhão.

No Colégio Decisivo, a data também é comemorada de maneira diferente há pelo menos quatro anos. O convite é para a família ir até a escola assistir às apresentações musicais. "A escola, na atualidade, precisa reconhecer os novos modelos familiares, que são inúmeros, e se enquadrar dentro disso. Não é mais apenas o formato pai e mãe", justifica a supervisora pedagógica da Educação Infantil a quarta série do Colégio Decisivo, Rosana Pessatti.

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Interatividade

O que a escola pode fazer para integrar os diferentes tipos de família?

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