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Pequenos e médios municípios brasileiros têm oferecido melhores condições de vida para suas crianças, se comparados às grandes cidades. No Paraná, apenas duas cidades acima de 300 mil habitantes (Maringá e Londrina) estão entre as 44 que atingiram o padrão desejável no Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), medido pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Estudo divulgado nesta semana pelo Unicef revela dois mundos dentro de um só estado. Aquele idealizado para a criança fica em Pato Bragado, na Região Oeste, distante 150 quilômetros daquele de Laranjal, no Centro-Oeste, que precisa avançar muito para chegar a níveis aceitáveis para as crianças.

O relatório Situação da Infância Brasileira põe o Paraná em um razoável 7.º lugar entre os 26 estados e o Distrito Federal. Mas a posição – a pior da Região Sul – não merece comemoração. Em oposição às 44 cidades com IDI bom, há outras 20 cujas taxas são tão baixas que puxam o estado para baixo na média nacional. O índice parte de zero e melhora à medida que se aproxima de 1. Taxas de até 0,5 são consideradas de baixo IDI, subindo para médio entre 0,501 e 0,800 e chegando ao nível alto se passarem de 0,801. São medidos quatro indicadores sociais ligados à infância: escolaridade dos pais, matrícula na pré-escola, índice de vacinação e número de consultas no pré-natal.

Pato Bragado alcançou a melhor média entre os 399 municípios do Paraná ao melhorar seu índice de 0,896, em 1999, para 0,923 no ano passado. Laranjal também evoluiu, mas não o suficiente para sair da última colocação no estado. Pulou de um IDI de 0,270 para 0,390, pouco à frente da vizinha Goioxim, cuja taxa é de 0,412. No Brasil, a cidade melhor classificada é Nova Pádua (RS), com índice de 0,976, e a pior é Pau d’Arco (PI), com 0,135. Embora o Brasil tenha avançado – reduzindo de 40%, em 1999, para 25%, em 2004, o número de municípios com IDI abaixo de 0,50 –, as disparidades regionais ainda estão presentes dentro dos estados.

No Paraná, 47 municípios conseguiram passar seu IDI do nível baixo para o médio, mas há casos de regressão, a começar pela capital. Em 1999, na primeira aferição do Unicef a partir de dados oficiais do país, Curitiba estava mais próxima do índice ideal. Na medição de 2004, caiu de 0,749 para 0,746. A cidade evoluiu em dois dos itens avaliados, mas retrocedeu em dois. O índice de gestantes com mais de seis consultas pré-natais subiu de 65,7% para 79,8% e o número de crianças cujos pais têm menos escolaridade baixou. Em contrapartida, a taxa de crianças com menos de 1 ano vacinadas caiu de 100% para 91,6% e a de crianças matriculadas em pré-escola baixou de 41,5% para 32,3%.

Em maior ou menor proporção, também tiveram perda de qualidade de vida para as crianças cidades como Ponta Grossa, Quatiguá, Bituruna, Icaraíma, Nova Olímpia, Iguaraçu e Andirá. Na situação inversa, Pato Bragado se destaca por ter 100% das suas 430 crianças de zero a 6 anos vacinadas e 96,63% delas matriculadas em pré-escola. Ali, 75% das gestantes fizeram pelo menos seis exames pré-natais em 2004. No mesmo ano, apenas 10,5% dos pais dessas crianças tinham menos de quatro anos de estudo, índice que caía para 4,6% entre as mães.

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