O cirurgião-pediátrico Martin Eichelberger, fundador da organização Safe Kids Worldwide, em passagem por Curitiba, para participar do II Simpósio Brasileiro de Urgências e Emergências Pediátricas, conversou com a Gazeta do Povo sobre um problema que assola o mundo todo: a mortalidade de crianças entre 0 e 14 anos, vítimas de acidentes evitáveis. Criada em 1987, a organização Safe Kids Worldwide é voltada para a promoção da prevenção de acidentes com crianças.
Como a Safe Kids chegou à conclusão que 90% dos traumas que chegam aos hospitais são evitáveis?
Pelos países que têm experiência com prevenção de acidentes. A Áustria, em 25 anos, diminuiu a mortalidade de crianças em acidentes evitáveis em quase 83%. Na Alemanha, quase 80%. Nos Estados Unidos, 45%, em 20 anos. No Canadá, em dez anos, foram quase 39%. Quando você olha esses números, você pode ver que 90% é uma estimativa de potencial. Na minha opinião, eu acho que todos são evitáveis, 100%.
Qual a solução?
A solução é como uma vacina. Você tem que pensar antes que aconteça. Isso é difícil porque as pessoas acham que os acidentes são um ato de Deus, uma fatalidade. É preciso uma mudança de comportamento de todo mundo. Esse é o desafio.
Como o senhor se envolveu com a causa?
Eu comecei a atuar em Washington em 1980 e achava que o problema era que nós não estávamos tratando as crianças direito. Nós ganhamos um centro de trauma, que, hoje, eu acho que é o melhor do mundo. Com tudo isso, as crianças continuavam a morrer. Eu fiquei desapontado. E comecei a ver que o tratamento não era a solução. Não tem boa medicina para uma batida na cabeça. Vi que a solução era prevenção.
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