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Partida de futsal entre Ipiporã e Arapongas, uma das cidades-sede dos JEPs deste ano | Roberto Custodio/ Jornal de Londrina
Partida de futsal entre Ipiporã e Arapongas, uma das cidades-sede dos JEPs deste ano| Foto: Roberto Custodio/ Jornal de Londrina

Incentivo

Bom desempenho ajuda a obter bolsa de estudos

Mais do que medalhas para colecionar, os Jogos Escolares do Paraná (JEPs) podem ajudar a proporcionar bolsas de estudo no ensino superior. Em Arapongas, no Norte do estado, alunos com bom desempenho em handebol já alcançaram essa oportunidade. "Temos vários casos de alunos que ganharam a faculdade por meio do esporte, além de serem contratados por equipes profissionais", diz o treinador do Colégio Estadual Emílio de Menezes, Levi Xavier.

Cláudio Gonçalves, campeão da Liga Nacional de handebol e hoje na equipe da Unifil, de Londrina, Arthur Willian de Souza, atualmente em Maringá, e Michele Reis, na equipe profissional de Taubaté (SP), são alguns nomes bem sucedidos. "Mesmo os que não seguiram no profissional do handebol, procuramos fazer um trabalho para que fossem campeões na vida também. Hoje, muitos que passaram pelos treinos são médicos, psicólogos, pilotos de avião."

Cerca de 200 estudantes do 6º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio têm aulas de handebol na Emílio de Menezes. Quinze atletas são beneficiados pelo programa Top Atleta, do governo do estado, e recebem bolsas mensais de R$ 150. "Temos um pacto com os nossos atletas para que brilhem em quadra e na sala de aula. Quem fica com nota vermelha, não participa das competições", diz a diretora do colégio, Cristiane Corsseti.

Preparação

A preparação para os Jogos Escolares do Paraná (JEPs) começa ainda no ano anterior junto às coordenações dos núcleos regionais de ensino. É nessa fase que são definidas estratégias para o regulamento e treinamento dos alunos. Embora se trate de uma disputa, os jogos deixam uma mensagem do "bem" para a garotada, além de contribuírem para seu desenvolvimento escolar.

Longe dos treinos que marcam a preparação das equipes, a participação de estudantes dos 32 núcleos regionais de ensino nos Jogos Escolares do Paraná (JEPs) mobiliza ao ano cerca de 100 mil pessoas por evento. Até dezembro, o governo do estado deve direcionar R$ 14 milhões em investimentos para o campeonato escolar, considerado o maior da América Latina. A segunda etapa regional da 61.ª edição terminou semana passada e mexeu com os 16 municípios que sediaram a competição.

A movimentação nas cidades-sede vai além das partidas nas quadras. Essas localidades recebem todos os competidores que fazem parte de um núcleo regional de ensino, principalmente se contam com pistas de atletismo e ginásios. Em Ibiporã, Norte do estado, 1,6 mil atletas e treinadores ficaram alojados em escolas. "Víamos muitos deles em lanchonetes, com os agasalhos de suas equipes. É uma estadia que acaba gerando mais consumo na cidade", comenta o secretário de Esportes do município, Jaime Luiz Lino.

Em Arapoti, nos Campos Gerais, a vinda de 1,5 mil estudantes gerou busca por mão-de-obra e serviços. Parte dos funcionários do buffet contratado pelo governo para organizar os refeitórios para os atletas era da cidade e uma parcela da alimentação também acabou sendo comprada de fornecedores do município. A prefeitura contratou seguranças particulares para os alojamentos e criou ainda rotas para que a turma conhecesse pontos turísticos. "No final de semana, recebemos pais de alunos que vieram acompanhar os jogos. Isso gerou ainda mais movimento em mercados, restaurantes", diz o responsável pela pasta de Esportes, Riva Mazzetti.

Quem se inscreve nas competições diz que o evento ajuda a mostrar as habilidades no esporte e a interagir com jovens de outras regiões. "Saímos da rotina e conhecemos muitas pessoas", define Ramon Vasconcellos, 12 anos. Ele representou Cafeara no futsal e tênis de mesa em Ibiporã.

Celeiro de talentos

Parte do calendário escolar no estado, os JEPs têm sido também oportunidade para estimular a prática esportiva entre a juventude, afirma a coordenadora estadual, Márcia Tomadon. Ao longo dos anos, as competições têm colaborado para a descoberta de talentos. "Hoje temos vários atletas treinando em São Paulo, como a Ana Paula Oliveira, campeã de atletismo, e que começou em Maringá", destaca. Outra aluna que ganhou notoriedade a partir dos JEPs é a curitibana Milena Miranda, 13 anos, convocada para a seleção infantil brasileira de voleibol.

Márcia cita que, estimuladas pelos jogos, algumas escolas passaram a se tornar referência em determinados esportes. É o caso do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, reconhecido pelo desempenho no futsal feminino, voleibol masculino e atletismo nas duas categorias. Em Maringá, o destaque é o Colégio Regina Mundi, com o voleibol feminino e masculino, enquanto em Arapongas o Colégio Estadual Emílio de Menezes, com o handebol masculino. "A Escola Primavera, de Curitiba, também tem feito um trabalho muito bom com alunos especiais no atletismo masculino e feminino."

Próxima fase, macrorregional será neste mês

A próxima fase dos JEPs, a macrorregional, acontecerá de 4 a 8 de junho. A segunda etapa regional foi realizada de 16 a 22 de maio em Barbosa Ferraz, Céu Azul, Rondon, Assaí, Ampére, Juranda, Irati, São João do Ivaí, Jacarezinho, Santa Isabel do Ivaí, Ibiporã, Sarandi, Paranaguá, Palotina, Arapoti e Santa Terezinha de Itaipu.

Em abril, outros 15 municípios sediaram os jogos. No início de maio foi em Curitiba. Os alunos disputaram nas modalidades de basquetebol, handebol, futsal, voleibol, atletismo, tênis de mesa e xadrez. Foram divididos em categorias conforme a idade.

Vencedores só em agosto

Os vencedores do 61.º JEPs só devem ser conhecidos em agosto. É que a final da Classe B, de 12 a 14 anos, acontece em Cianorte, de 20 a 28 de junho. Já a final da Classe A, de 15 a 17 anos, será de 25 de julho a 2 agosto, em sede ainda não definida.

Município cria competição para crianças

Apesar de os JEPs abrangerem apenas alunos de 12 a 17 anos, em Apucarana, no Norte do estado, o município criou uma competição voltada especialmente a crianças de 7 a 10 anos. Em sua segunda edição, os Jogos Municipais das Crianças (Jocas) envolveram neste ano em torno de 1,5 mil alunos da rede municipal.

Reestruturação

As disputas aconteceram de 26 a 30 de maio, em seis escolas. Segundo o prefeito de Apucarana, Beto Preto (PT), os estabelecimentos de ensino estão sendo reestruturados para a prática de esportes e competições na cidade. Há em curso projetos para a reforma de quadras e compra de equipamentos e kits mini-atletismo.

Esta edição do campeonato conta com futsal masculino e feminino, xadrez e bola queimada mista. Para o próximo semestre estão previstas também disputas de basquete, voleibol e handebol.

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