O Museu do Louvre, em Paris, a Disney, em Orlando, as praias do Caribe. Esses e outros destinos turísticos internacionais ficaram inacessíveis para muitos brasileiros no ano passado. Já este ano, com a estabilidade da economia e o aumento de crédito, 11 milhões de brasileiros, que nunca viajaram ao exterior, devem realizar esse sonho.
Eduardo Henrique Ferreira e Cassiana Ishikawa Ferreira, ambos de 31 anos, ilustram essa tendência. Este ano, o casal curtiu uma "segunda lua-de-mel", em uma viagem para Barcelona e Paris, um ano após o casamento. Eduardo e Cassiana desembarcaram em Barcelona, na Espanha, e percorreram, em 15 dias, 1,2 mil quilômetros de carro, até Paris, na França.
A vontade do vendedor era visitar o primo, que vive na Espanha. "Somos quase irmãos. Se não fosse por ele, poderíamos ter viajado para outro lugar", conta. De acordo com ele, a valorização do real pesou no planejamento. "Nos programamos e levamos dinheiro reserva. Isso foi possível graças à melhora de nossa condição financeira", diz.
Os Ferreira poderiam ter qualquer outro sobrenome. Cerca de 753 mil pessoas tiraram o passaporte no primeiro semestre, no país aumento de 39% em comparação com 2009. No Paraná, a emissão do documento subiu 24% (veja gráfico abaixo). Além disso, o número de passageiros em voos internacionais saltou de 6,3 mi-lhões para 7,4 milhões neste ano.
A bancária Evelin Stengler, de 24 anos, nem sequer contabilizou os gastos antes de embarcar para realizar um sonho: comemorar o aniversário em Paris. "Parcelei a passagem no cartão de crédito e fui na determinação", diz. Por 15 dias, ela conheceu a principal cidade francesa e estendeu o passeio a Milão, na Itália, e a Londres, na Inglaterra. Sem facilidades de crédito, a realização do desejo poderia ter permanecido apenas nos sonhos.
Explicação
Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná Luciano Nakabashi diz que houve, nos últimos anos, aumento da renda do brasileiro. O fator somado às facilidades de obtenção de crédito e ao câmbio favorável favoreceu as viagens para o exterior. "Apesar da crise do último ano, existe estabilidade econômica com perspectiva de aumento da renda", explica. O professor esclarece, contudo, que o principal fator levado em conta pelo turista é o câmbio. "Os preços lá fora ficam mais baratos com o Real valorizado", diz.
O presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) atribui à entrada da classe C no mercado do turismo como fator de crescimento. "Os principais motivos para isso são a queda do dólar, a facilidade no pagamento, a concorrência entre companhias aéreas e a liberdade tarifária para voos internacionais, em vigor desde o ano passado", diz.
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