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No trecho que o brigadeiro Rui Moreira Lima dedicou ao veterano Eronides Cruz em seu livro Senta a Pua!, o avião da Pra­­­­ça do Expedicionário é de­­signado como D3, o Thun­­derbolt pilotado por Luiz Felipe Perdigão. Especialistas em P-47 afirmam que na verdade o avião é o C1, do capitão Fortu­­nato Câmara. Mas, desde que foi pintado pela primeira vez, o P-47 curitibano exibe o prefixo A4, de Alberto Martins Torres, falecido em 2001.

Cruz diz que identificou o número da cauda do avião, ainda antes da transferência da base do Bacacheri para a praça, e comparou com o álbum de fotos que trouxe da Itália. Nas imagens, encontrou o número 26756 associado ao avião de Torres, o piloto brasileiro que mais voou missões na guerra, 99 ao todo. Assim o avião foi pintado, e assim continua até hoje.

Já o engenheiro aeronáutico Mauro Lins de Barros, autor de P-47 Thunderbolt no Brasil 1945-1957, diz que o número de série do avião da praça é 26762. "O A4 original foi perdido em um acidente no Rio de Janeiro. Leon Roussolières Lara de Araújo, que também foi piloto na guerra, fechou demais uma curva e caiu. O avião pegou fogo imediatamente, mas Lara sofreu apenas algumas queimaduras", afirma.

Repintar um avião histórico com insígnias ou identificações diferentes das originais não é tão incomum. Lins afirma que o Thunderbolt exibido no museu da TAM, apesar de pintado como o B5 de Fernando Rocha, é identificado pelo escritor como o D3 – justamente o prefixo que Rui Moreira Lima atribuía ao avião de Curitiba.

Apesar de defender sua versão, Cruz diz que essa discussão pouco importa. "O que interessa é a memória que nos traz um avião que efetivamente esteve na Itália. São poucos lugares que podem se orgulhar de ter uma peça histórica como essa", afirma. (MAC)

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