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São Paulo – O traficante Juan Carlos Ramírez Abadía, preso na terça-feira em São Paulo, deve ser transferido nos próximos dias para um dos presídios federais de segurança máxima, em Catanduvas, no Paraná, ou em Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. No entanto, até as 18 h de ontem, a 1.º Vara Federal Criminal de Curitiba ainda não tinha recebido nenhum pedido de transferência para o presídio paranaense.

O colombiano foi preso na terça-feira em São Paulo. A PF só teve certeza de sua identidade por meio de sua voz, já que Abadía passou por cirurgias plásticas. Ele morava há alguns meses em um condomínio de luxo e relatou que pretendia fugir para o Uruguai, onde está instalada uma parte de seu esquema de tráfico.

Abadía já confessou em interrogatório crimes de lavagem de dinheiro no Brasil e envolvimento com o cartel colombiano Vale do Norte, responsável por traficar cocaína para os Estados Unidos e Europa.

"Ele não nega nada. Confessou que é ele mesmo em todas as acusações. Ele estava aqui para lavar dinheiro, mas não deixou de participar do grupo (cartel Vale do Norte). Tinha contato permanente com eles", afirmou o delegado Jáder Saadi, superintendente da PF em São Paulo. O delegado disse ainda que policiais dos Estados Unidos e da Colômbia podem interrogar o traficante no Brasil, mas isso depende de autorização da Justiça Federal. O colombiano já está com a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal e pelo Supremo Tribunal Federal.

Abadía é apontado como líder do cartel do Vale do Norte. A organização conta até com submarinos para transportar cocaína para os Estados Unidos. Com capacidade de enviar 11 toneladas da droga a cada viagem, o submarino tem quase 20 metros de comprimento. O equipamento foi apreendido pela marinha colombiana no fim do mês passado. A embarcação foi encontrada a quase 10 quilômetros da costa da Colômbia, próximo à região de Tumaco, uma das principais áreas de atuação do cartel.

De acordo com a polícia, a embarcação seguia para os Estados Unidos, pelo Oceano Pacífico. A droga era deixada em países da América Central antes de chegar a seu destino final. Feito de um resistente tipo de fibra de vidro, o submarino azul contava com um avançado sistema de comunicação.

Sucessor do cartel de Medellín, cujo líder Pablo Escobar foi assassinado em 1993, e do cartel de Cali, o do Vale do Norte é considerado a principal organização criminosa hoje na Colômbia.

Em razão da queda no consumo de sua droga pelos norte-americanos, que atualmente preferem substâncias sintéticas (como ecstasy), os colombianos têm apostado mais no Brasil como mercado consumidor. Antes, o país servia mais como rota da droga enviada à Europa. Agora, até heroína (droga feita a partir da papoula) produzida pelo cartel é vendida aqui.

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