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Expectativa é que ocasarão da UPE seja reformado até setembro do ano que vem, quando deve voltar a ser utilizado de forma compartilhada pela prefeitura e estudantes | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Expectativa é que ocasarão da UPE seja reformado até setembro do ano que vem, quando deve voltar a ser utilizado de forma compartilhada pela prefeitura e estudantes| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

O casarão amarelo perece entre pichações, mato alto e sujeira, em pleno bairro São Francisco, em Curitiba. Datado de 1918, o prédio histórico – que se notabilizou por ter sediado a União Paranaense dos Estudantes (UPE) – está lacrado desde janeiro deste ano. Apesar disso, as grades e tapumes não têm sido capazes de barrar moradores de rua e usuários de drogas, que invadem o terreno na calada da noite. Enquanto aguarda reformas, o espaço virou um "mocó" – para desespero dos vizinhos.

No início do ano, o casarão passou a ser administrado pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC), que desenvolveu um projeto para usá-lo de forma compartilhada com a UPE. Além de servir aos estudantes, a edificação funcionaria como um centro cultural, voltado à juventude. Para isso, seria necessária uma série de reparos e adequações, que ainda não saíram do papel.

Enquanto isso, mesmo vedado, os "visitantes" têm aparecido e deixado sua marca. Latas de cerveja e garrafas quebradas, papéis, restos de comida e até um colchonete improvisado denotam as invasões. As vidraças quebradas, paredes sujas e pichadas, nas quais o reboco começa a cair, não combinam em nada com os traços arquitetônicos refinados, em art nouveau.

O caseiro João Romano – que, desde 1982, mora num anexo aos fundos – não consegue impedir as entranças noturnas. "Todo dia, às dez da noite, eu dou uma passada aqui pela frente. Mas depois que entro na minha casinha e me tranco, eles entram. Só vejo a sujeira no dia seguinte", disse.

Quem mais sofre, são os vizinhos. No edifício ao lado, os moradores relatam arrombamento de carros, arruaças e uso constante de drogas. Atribuem os casos ao abandono do Casarão. "Sem falar na sujeira, que é um incômodo para nós. Pela janela dos apartamentos, dá pra ver o entra e sai a noite toda", contou uma moradora, que pediu para não ser identificada.

Reforma

O cronograma inicial previa a conclusão das obras para o fim de 2013, mas os trabalhos sequer começaram. Segundo a FCC, os projetos arquitetônico, elétrico e hidráulico devem ser concluídos em dois meses. Em seguida, a prefeitura deve fazer uma licitação para executar as obras. A expectativa da Fundação e da UPE é que os reparos fiquem prontos em setembro do ano que vem, quando o espaço deve voltar a ser utilizado.

"Queremos fazer a reinauguração junto com o lançamento do livro da UPE", adiantou a presidente da entidade, Elys Marina Violi. A FCC ressalta que esta é a primeira vez em ano que o Casarão tem um projeto consolidado de uso sistemático do prédio.

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