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Luciene sempre ajudou o irmão e hoje comanda uma clínica especializada | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Luciene sempre ajudou o irmão e hoje comanda uma clínica especializada| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Crianças com casos mais comprometidos de autismo também sofrem com o abandono dos pais antes mesmo de serem diagnosticadas. Raphael Adriano de Oliveira, 26 anos, que tem o autismo clássico, foi abandonado com pouco mais de 1 ano de vida e acolhido por uma família com quatro filhos. Uma das irmãs, a empresária Luciene Oliveira Vianna, conta que, inicialmente, o que preocupava em Raphael era a desnutrição. "Ele até tinha um atraso no desenvolvimento, mas atribuíamos isso ao abandono e aos maus-tratos que ele havia sofrido". Mas, enquanto Raphael melhorava fisicamente, certas estranhezas apareciam em seu comportamento: ele tinha apatia, indiferença, brincava muito com as próprias mãos, não falava, não chorava, balançava o corpo e gostava de girar objetos.

"Ele começou a crescer e as dúvidas aumentavam, assim como os sinais de autismo, que hoje entendemos. Mas na época era muito confuso", conta Luciene. Em São Francisco do Sul (SC), onde a família morava, o menino era tido como louco. "Nos ambientes sociais ele gritava e não tinha a mínima noção de perigo. Já quase morreu afogado no mar, e também passou perto de ser atropelado por um ônibus", diz. Hoje, em Curitiba, Raphael frequenta a clínica especializada em autismo criada por Luciene. "Agora ele é extremamente sociável e frequenta todas as festas de família. Con­segue avisar se está nervoso e, com isso, evitamos as agressões. Vai ao mercado, lojas, restaurantes e come de tudo. Tenho orgulho do meu irmão porque o considero um vencedor, considerando todas as dificuldades que passamos com ele e que ele passou com a gente", afirma.

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