A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) repudiou, em nota oficial, os ataques feitos na terça-feira (4) nas redes sociais pelo desembargador Ivan Sartori, presidente da 4.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O magistrado insinuou que parte da imprensa e de organizações de defesa de direitos humanos é financiada pelo crime organizado.
Sartori fora criticado depois que a Corte anulou, em 27 de setembro, quatro julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992.
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O órgão entendeu que não havia como determinar qual crime foi cometido por cada um dos acusados das mortes dos 111 presos, em 2 de outubro de 1992. Sartori chegou a pedir a absolvição dos acusados, o que não foi aceito pelos outros desembargadores.
A ABI considerou “insultuosa” a insinuação que ligou imprensa e crime organizado.
“Ao registrar a decisão do Tribunal em procrastinar o desfecho do episódio que provocou a morte de 111 presos da antiga Casa de Detenção, a imprensa limitou-se apenas em comunicar o fato à opinião pública sem se imiscuir nas particularidades dos autos do processo. A ABI manifesta também sua perplexidade diante da inexplicável lentidão em apreciar a responsabilidade dos envolvidos”.
O ataque
Por meio de sua página no Facebook, o magistrado criticou a cobertura da imprensa sobre os júris do Carandiru anulados na última semana. Ela classificou com tendencioso o trabalho dos jornalistas e ressaltou que o voto da decisão foi liberado por completo, mas “ninguém se dignou a comentá-lo em sua inteireza”.
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