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Slideshow | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Slideshow| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Uma briga entre dois alunos do Colégio Estadual Guilherme Maranhão, no Tatuquara, em Curitiba, teria sido o estopim de uma confusão entre estudantes da escola e policiais da Patrulha Escolar, por volta das 11 horas de ontem. Tudo começou quando a diretoria do colégio chamou a polícia para tentar conter os jovens briguentos. Na abordagem, os adolescentes teriam desacatado os policiais e se escondido dentro da escola. De acordo com testemunhas, a Patrulha chamou reforço e em seguida tiveram início cenas de violência e intolerância.

Segundo pais, mães e os próprios alunos, policiais militares invadiram o colégio distribuindo tapas, chutes, socos e pancadas de cassetete. "Nos trancaram numa sala e nos ameaçavam, xingavam e apontavam as armas para nós. Fui tentar sair da sala e fui agarrada pelo pescoço e me deram um soco", diz uma aluna de 16 anos, que preferiu ficar no anonimato, mostrando os ferimentos no pescoço e abaixo do olho. "Bateram na minha amiga que foi embora com as pernas todas marcadas. Ela só tem 13 anos", afirma a estudante.

Uma mãe teria se revoltado com um policial por ele ter agredido seu filho e avançou sobre o PM. "Ela não suportou o que estavam fazendo e deu um soco na cara do soldado. Eles renderam, bateram e jogaram ela dentro do camburão de qualquer jeito", conta uma senhora, que também disse ter o filho agredido e não quis se identificar.

A mulher que agrediu o policial foi detida e encaminhada ao 13.° Batalhão da PM. Outros três jovens de 13, 14 e 15 anos foram encaminhados à Delegacia do Adolescente e um adulto de 18 anos também foi preso. De acordo com as testemunhas uma moça grávida também foi agredida. "Jogaram ela pela escada. O marido foi tirar satisfação e mandaram ele calar a boca", conta a senhora.

A reportagem entrou em contato com o hospital onde moradores disseram que a mulher grávida tinha sido encaminhada e com outros hospitais, mas não encontrou ninguém com as características citadas pelos populares. Após a saída da PM, os moradores fecharam a Rua José Ângelo Martins com pedras, tijolos e fogueiras. Quem tentava passar era surpreendido por adolescentes e crianças com pedras nas mãos – muitos deles com menos de 10 anos de idade.

A PM diz ter reagido, primeiramente, à agressão dos próprios alunos do colégio, que quebraram os vidros das viaturas. "Além de terem apedrejado a viatura, houve mais dez reclamações dos vizinhos do colégio por apedrejamento, desordem e ameaça", afirma o soldado Michel Lima Lourenzo, da assessoria de imprensa da PM.

O Colégio Guilherme Maranhão tem cerca de 1,2 mil alunos nos ensinos fundamental e médio e ficou fechado durante toda a tarde. A reportagem tentou contato com a diretoria do colégio durante todo o dia, mas ninguém atendeu.

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