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O teólogo e especialista em Bioética Mário Sanches considera injustificável o prolongamento excessivo da vida. "A própria moral católica faz distinção entre meios ordinários de se manter a vida e os extraordinários", explica. Nesses últimos, existe liberdade ética para se interromper um tratamento. O Catecismo da Igreja Católica também fala sobre a "rejeição do excesso terapêutico", considerando que não se trata de dar a morte, mas de aceitar o fato de não poder impedi-la.

"Foi o que o aconteceu com o Papa João Paulo II. Ele se recusou a ir para um hospital", relembra o professor Sanches. Ele conta ainda que a prática que o Cremesp agora considera ética já havia sido definida assim pelos últimos quatro Papas. "Aceitar a morte é sinal de equilíbrio mental e espiritual", analisa.

No entanto, o teólogo ressalta que interromper um tratamento só seria aceitável no caso de doentes terminais e em situações irreversíveis, de maneira a evitar um sofrimento maior e desnecessário para a família e para o próprio paciente. "Morrer numa UTI, longe da família, não pode ser considerado digno", diz Sanches.

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