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Nem a ação de 40 fiscais da Secretaria Municipal de Urbanismo, apoiados por guardas-municipais, conseguiu inibir ontem os vendedores ambulantes no Centro de Curitiba. Usando de estratégias como esconder a mercadoria em bolsos falsos dentro da roupa ou utilizar pessoas como olheiros para avisar a chegada dos fiscais, os comerciantes informais conseguem escapar do cerco dos fiscais.

Quando percebem a aproximação das equipes, eles fogem, dão uma circulada e minutos depois voltam para o mesmo lugar, para dali mais alguns minutos saírem correndo novamente. Apesar do jogo de gato e rato, os ambulantes dizem que o esforço vale a pena. Um deles começou a trabalhar ao meio-dia de ontem, na esquina das ruas Monsenhor Celso com a Marechal Deodoro, e às 15 horas já tinha vendido R$ 300 em DVDs pirata. Os preços variam de acordo com a quantidade de produtos consumidos. Os CDs, por exemplo, estavam sendo oferecidos por R$ 5 a unidade, mas se o freguês levasse três pagava apenas R$ 10. Os DVDs eram vendidos por R$ 10. Para quem leva mais de um, o total da compra fica entre R$ 15 e R$ 18.

Técnicas

Os ambulantes também têm técnicas para não perderem toda a mercadoria caso sejam pegos pelos fiscais. Eles utilizam um tecido quadrado preso por cordas, formando uma espécie de pará-quedas invertido, onde são colocados os CDs e DVDs. Quando um fiscal se aproxima, o vendedor puxa as cordas, embala os produtos e consegue fugir. Além disso, mesmo que os itens em exposição sejam apreendidos, a maior parte do estoque está nos bolsos.

Os locais escolhidos pelos comerciantes ilegais são os pontos com maior fluxo de pessoas. No Centro, eles estão nas Praças Tirandentes e Rui Barbosa, nas proximidades da Rua XV de Novembro e nas esquinas da Marechal Deodoro e ainda no Terminal Guadalupe. De acordo com o chefe de divisão de comércio ambulante e patrimônio municipal, Élcio Guilherme Cooper, os fiscais estiveram circulando por estes locais durante todo o dia. "Não temos como ficar fixos porque senão algum ponto vai ficar descoberto", explica. Além do centro, a secretaria designou 15 fiscais para monitorar os terminais de ônibus.

Segundo Cooper, em apenas quatro horas de trabalho ontem pela manhã, foram apreendidas mercadorias equivalentes a 5% da média de apreensões mensais, num total de 500 produtos. Cooper acredita que a fiscalização foi eficaz. "Geralmente são os comerciantes regularizados que reclamam da ação de ambulantes", diz.

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