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Atualmente cerca de 5 mil paranaenses esperam na fila por um transplante de órgão. Considerando que por ano são feitos cerca de 800 procedimentos, seriam necessários seis anos para que todos pacientes que integram a fila fossem atendidos, isso sem contar os que surgiriam nesse período. Embora o número de doações tenha caído de 2004 para cá, a Secretaria de Estado de Saúde espera um aumento no número de transplantes para este ano. Isso porque até agora já houve um crescimento de 30% nos índices de notificação de morte encefálica em relação ao ano passado.

Segundo o diretor da Central de Transplantes, Carlos D’Ávila, foram tomadas várias medidas com o objetivo de aumentar as doações. Entre elas, ele destaca a intensificação da vigilância nos atendimentos de emergência e o investimento nos trabalhos de treinamento das comissões internas responsáveis pela abordagem das famílias. "Infelizmente ainda existe uma tendência à subnotificação, e não é só no Paraná. Por isso, intensificamos a vigilância nas UTIs", afirma. Segundo ele, além da capacitação dos profissionais de saúde, a Secretaria também focou a população. "Aumentamos as campanhas porque sabemos da importância da discussão do problema no ambiente familiar."

Atualmente, muitas doações são perdidas porque o potencial doador não havia expressado em vida sua intenção de doar. Entretanto, mesmo que ele tenha deixado clara sua posição, a retirada de órgãos e tecidos só é feita com autorização da família. No Paraná, a recusa por parte de familiares é a causa da não efetivação de 16% dos transplantes.

Por conta do Dia Nacional do Doador, celebrado hoje, o Ministério da Saúde está realizando uma série de ações que fazem parte da Semana Nacional da Doação de Órgãos. Para D’Ávila, iniciativas como essa têm efeito quase que imediato. "As doações oscilam muito, mas quando há algum tipo de mobilização sentimos um aumento considerável", afirma.

No Brasil, assim como no Paraná, as doações de córneas e rins são as mais freqüentes. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2004 foram doados 3.041 rins e 5.419 córneas. No Paraná esse número ficou em 466 transplantes de córneas e 249 de rins, sendo 188 doadores vivos. Os números mostram que a maioria das doações ainda parte de doadores vivos. Em 2004, das 12,3 mil doações realizadas no país todo, só 11,6% foram provenientes de doadores cadáveres.

A ordem da fila é determinada por uma série de critérios. Um deles é a ordem de chegada. Em casos específicos, deve ser considerada também a compatibilidade do tipo sangüíneo, genética e a anatomia do doador em relação à do receptor. Mesmo com a realização de transplantes nas redes pública e privada, a fila é única. "É preciso que as pessoas entendam a importância da doação. A gente nunca sabe em que lado da história vai ficar, pode ser que amanhã seja você ou algum parente que esteja dependendo da doação", afirma o conselheiro da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e chefe do serviço de transplante da Santa Casa de Porto Alegre, Walter Garcia.

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