O Governo do Acre vai propor ao Governo Federal que a fronteira com o Peru seja fechada para o trânsito de haitianos. Há duas possibilidades de fechamento da fronteira: entre Assis Brasil (Acre) e Iñapari ou no Peru/Equador (entrada dos imigrantes na América do Sul). A alegação do secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Moruão, é que a atual situação é "insustentável" e que a "administração do caos chegou ao limite". Nas duas possibilidades, são exigidas soluções diplomáticas.
Atualmente, 1,2 mil haitianos estão abrigados em um espaço onde cabem, no máximo, 300 pessoas. "Em nome da dignidade dessas pessoas, é preciso que nós tomemos uma atitude urgente", adverte o secretário. "Da forma como está, aquilo ali é uma tragédia anunciada".
O secretário de Justiça já informou ao governador do Acre, Tião Viana, sobre a situação e sugeriu o fechamento da fronteira como medida emergencial. Ainda não se sabe exatamente quando o Governo do Acre formalizará o pedido.
Desde 2010, a cidade de Brasileia recebe haitianos que chegam ao Brasil pelo Acre utilizando a Carretera Interoceânica. Há três anos o fluxo de imigrantes no mês de janeiro aumenta com a expectativa de que as empresas brasileiras reativem contratos nessa época do ano.
De um fluxo de 30 a 40 em meses como setembro ou outubro, o número aumenta para 70 ou 80 haitianos por dia. "Quando as empresas contratam, eles chegam e vão", diz Mourão. "Mas, se não contratam, eles chegam e ficam".
A situação piora a cada dia. "Se um colchão daqueles pegar fogo, vai ser uma tragédia", preocupa-se o secretário. "O Governo do Acre sempre tratou essas pessoas com dignidade, mas a administração do caos chegou ao limite".
A expectativa do Governo do Acre é que nesse próximo fim de semana 1,5 mil haitianos estejam alojados em Brasileia. Desde dezembro de 2010, quando chegou o primeiro grupo de haitianos, até hoje passaram pelo Acre 15 mil imigrantes. Já foram registradas brigas este ano entre haitianos e dominicanos no abrigo de Brasileia.
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