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Atualização

O empresário M.G. foi inocentado das investigações realizadas pela Polícia Civil de Campo Mourão contra sua empresa e noticiadas pela Gazeta do povo em 01 de março de 2011. Em 2011, a empresa realizava seletivas para descoberta de talentos na área futebolística, quando foi acusada de golpe. Naquela época, o empresário afirmava que tinha sido vítima de falsas acusações e que a empresa iria validar os contratos feitos com seus clientes. Na manifestação de arquivamento, publicada em 30 de agosto de 2013, o Juiz Mario Carlos Carneiro esclarece não ter ficado demonstrado a existência de má-fé pela empresa e a inexistência de fraude como meio de obtenção de vantagem ilícita, razão pela qual absolveu o empresário das acusações que lhe eram imputadas.

A delegada Maria Nyza Moreira indiciou, na tarde desta terça-feira (1º), o empresário Marcelo Germano, acusado de fazer parte de uma quadrilha que enganava jovens que queriam ser jogadores de futebol, por formação de quadrilha e estelionato. Ele se apresentou espontaneamente na delegacia.

Durante o interrogatório, que durou duas horas, ele teria chorado diversas vezes, negou todas as acusações e vai responder pelos dois crimes, em liberdade. Na semana passada, três homens que trabalhavam para ele foram presos no Hotel Maria, em Campo Mourão, na região Centro-Oeste do estado, acusados de pertencer à suposta quadrilha. Eles se passavam por olheiros de grandes clubes de futebol, como Flamengo, Fluminense e até dos ingleses Chelsea e Manchester United, para exigir dinheiro de jovens que queriam ser jogadores.

"Ele foi evasivo, entrou em contradições durante o interrogatório e por conta disto foi indiciado. Ele não foi preso por não haver flagrante e também por não ter mandado de prisão expedido contra ele", explicou a delegada.

Maria Nyza disse, ainda, que, durante o interrogatório, o empresário deixou dúvidas quando citou os contatos com os clubes e a forma como eram realizados os contratos de participação nas convenções. "Ele deixou lacunas que acabaram caracterizando estelionato."

Empresário deu entrevista coletiva

Após o interrogatório, o empresário concedeu entrevista coletiva na delegacia, onde negou as acusações. "A empresa, que está no mercado desde o ano passado, estava selecionando talentos para participar de um encontro, em março, em Guarapuava, onde os olheiros iriam observar o talento e oportunizar aos meninos uma chance do sonho de ser jogador de futebol. A intenção desse encontro, que seria em uma clínica de futebol, era que os meninos não ficassem desamparados. Eles teriam palestras com nutricionistas, psicólogas e com observadores de base".

Conforme o empresário, os olheiros não seriam de grandes clubes. "Não temos parceria com nenhum clube e, sim, os clubes é que têm a oportunidade de conhecer os ‘atletas’. Os observadores são de base e não da parte principal dos grandes clubes." Germano disse ainda não estar autorizado a citar os nomes dos clubes dos quais viriam os olheiros. "Em clubes de primeira divisão, a seleção e a exigência são rígidas e os meninos teriam de ser maduros e muito bons no futebol", explicou.

A cobrança, segundo Germano, ocorria por conta dos investimentos da empresa. "Cobramos pelo evento porque somos uma empresa, mas em nenhum momento enganamos os filhos ou os pais. Todos assinaram os contratos de livre e espontânea vontade."

O empresário garantiu que deve devolver o dinheiro investido pelos pais dos jovens, caso eles não comparecerem ao encontro que deve ser realizado em Guarapuava, entre os dias 17 a 20 de março. "Vou devolver o dinheiro aos pais que não comparecerem."

Para a delegada, o empresário não poderá realizar o encontro. "A medida que ele está respondendo por dois crimes, a justiça não vai liberar o alvará para que o evento seja realizado. Ele poderá criar provas para eximir eventual culpa", explicou.

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